No dia 4 de julho, o Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP) decidiu adotar cotas raciais e sociais no vestibular de 2018. A universidade optou em fazer uma implementação de maneira gradual, passando de 37% para 50% a meta de inserção dos alunos pretos, pardos, indígenas e oriundos do ensino público no período 2007-2021.

Mesmo após a decisão do Supremo Tribunal Federal em 2012, que avaliou como constitucional a adoção de cotas, a USP foi a última universidade pública estadual a aderir a essa medida, alegando insegurança em manter a qualidade dos cursos e defesa da meritocracia. Em maio deste ano, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também passou a adotar um sistema de cotas para estudantes, fato que possivelmente influenciou a decisão dos integrantes do Conselho da USP.

A medida é vista como um marco histórico para a experiência brasileira, uma vez que abrange o pagamento de uma dívida social marcada por uma nação de origem escravocrata que não permitiu acesso a todos. A possibilidade a USP deixar de ser uma universidade elitista abre caminho para uma sociedade paulista menos injusta, ao oferecer algum nível de igualdade aos grupos sociais que ficaram a margem do desenvolvimento socioeconômico.

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