Após a derrota do governo na votação ocorrida no dia 20 de junho na Comissão de Assunto Sociais do Senado Federal, na qual o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) foi rejeitado por dez votos a nove, o governo decidiu punir aliados que votaram pela rejeição. Nessa quarta-feira, dia 21, foi publicada no Diário Oficial a exoneração de dois indicados do senador Helio José (PMDB-DF), que ocupavam cargos na Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste) e na Secretaria do Patrimônio da União.

Outros senadores que devem sofrer retaliação semelhante são Eduardo Amorim (PSDB-SE) e Otto Alencar (PSD-BA), que também pertencem a partidos da base aliada, votaram pela rejeição do relatório de Ferraço, e possuem aliados com cargos no governo. Com isso, o governo golpista pretende pressionar os integrantes da base de apoio a votarem pelo desmonte das leis trabalhistas na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e no Plenário da Casa.

Os políticos da base demonstram cada vez mais que estão receosos em arcar com o alto custo político de sustentar reformas impopulares de um governo cuja aprovação e legitimidade tendem a zero. De acordo com pesquisa do DataPoder360, a avaliação positiva de Michel Temer é de apenas 2%, e a negativa chega aos 75%, alcançando níveis jamais vistos na história brasileira. Além disso, a pesquisa também revela que 79% da população defende a renúncia ou cassação de Temer, e 87% desejam escolher seu presidente via eleições diretas.

A tática do governo golpista de punir políticos aliados considerados “infiéis” com a demissão de seus indicados e apadrinhados políticos pode não ser suficiente perto da verdadeira retaliação que os políticos sofrerão caso decidam por sustentar esse governo impopular, ilegítimo e investigado, e sua agenda perversa de desmonte dos direitos: a punição das urnas. Ao se deparar com a escolha entre perder indicações e perder seus eleitores, a base aliada de Temer tende a continuar, com isso, cada vez menor.

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