Alterações na atividade econômica explicam 50% do aumento do desemprego entre os jovens desde a crise de 2008 e 60% do aumento do desemprego entre os adultos, de acordo com o artigo de Andana Banerji, publicado no site do Fundo Monetário internacional (FMI). O texto aborda o crescimento do desemprego na Europa, em especial o entre os jovens.

Na Espanha, por exemplo, a variação na atividade econômica responde em 90% pelo aumento da taxa de desemprego entre os jovens desde 2008, conforme gráfico abaixo. As maiores respostas do desemprego em relação à queda da atividade econômica ocorrem, segundo o estudioso, nos países mais vulneráveis da Zona do Euro, como Chipre, Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha. O artigo texto defende a flexibilização das leis trabalhistas, posição do FMI, mas dá destaque para o crescimento da produção como fator muito importante para a geração de empregos.

Segundo a economista Ana Luíza Matos de Oliveira, é possível fazer um paralelo dos resultados da pesquisa com o quadro vivenciado no Brasil. “O autor, apesar de não discutir os efeitos empíricos da flexibilização do trabalho na geração de demanda na Europa, continua a defendê-la, já que é a posição do FMI. A mesma posição é defendida hoje pelo governo de Michel Temer no Brasil”, afirma.

Ana explica que a grande ênfase argumentativa do autor se dá na importância do crescimento econômico para combater o desemprego. “No nosso caso, a política econômica de ajuste fiscal, em especial com o corte de investimentos públicos, vai na direção contrária. O governo tem aprofundado a recessão, impedido o crescimento econômico. Assim o desemprego cresce cada vez mais, batendo vários recordes negativos segundo os últimos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”, conclui.

`