O clérigo moderado Hassan Rohani venceu as eleições presidenciais no Irã em 19 de maio. Rohani obteve 57% dos votos e conseguiu sua reeleição, em uma votação da qual 75% do eleitorado participaram. Em segundo lugar, ficou seu principal adversário, o conservador radical Ebrahim Raisi, com 38%. O resultado mostrou a preferência dos iranianos pela continuidade da postura diplomática e dos projetos de abertura do país.

Rohani é um clérigo de grau intermediário e foi eleito pela primeira vez em 2013. Sendo mais moderado, não era o favorito do supremo líder aiatolá, Ali Khamenei, o qual apoiou Raisi. Durante seu mandato, Rohani realizou o acordo nuclear em 2015 que restringiu os avanços nucleares do país, em troca da suspensão das sanções internacionais. Tal medida permitiu a diminuição do isolamento de Teerã e tem a simpatia do setor privado que vê na abertura melhores oportunidades comerciais.

O acordo nuclear foi um dos principais temas em discussão durante a corrida eleitoral. A oposição o encara como se o Irã estivesse se curvando às vontades ocidentais. Ademais, houve dificuldade em acabar com as sanções, e o acordo não obteve progressos significativos. Agora, em seu novo mandato, é esperado que Rohani consiga melhores resultados com o acordo nuclear e aplique mais reformas internas, nas quais se destaca a questão dos Direitos Humanos.

Os efeitos da política externa de Donald Trump para a região devem apresentar-se como fato seminal na diplomacia iraniana. O primeiro país visitado pelo atual presidente dos Estados Unidos foi a Arábia Saudita, o que pode indicar uma retomada da política de isolamento total do Irã pela aliança estadunidense e saudita. Entretanto, a reeleição foi vista com bons olhos pela União Europeia, que está comprometida com o acordo – o que coloca, mais uma vez, Trump em divergência com seus principais aliados ocidentais.

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