FSM: Marcha de abertura reúne milhares de pessoas no centro de Belém
Milhares de pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo participaram nesta terça-feira (27) da marcha de abertura do Fórum Social Mundial em Belém (PA), que vai até o dia 1° de fevereiro. Representantes de movimentos sociais dos mais variados caminharam cerca de quatro quilômetros pelas Avenidas Presidente Vargas e Nazaré debaixo de uma forte chuva já tradicional do fim de tarde paraense.
As largas avenidas da cidade de Belém se transformaram ontem em passarela para uma das mais vibrantes e alegres marchas de abertura do Fórum Social Mundial. Às 15h40, quando milhares de manifestantes se aglomeravam ao longo da avenida Presidente Vargas para dar início à caminhada, o calor intenso cedeu lugar a um toró de mais de meia hora que fez a multidão explodir em cantos, batuques e palavras de ordem pela paz, pelo socialismo, pela justiça, pela meio ambiente e por todas causas que levam gente do mundo inteiro a comparecer aos encontros do FSM.
Num evento que está sendo considerado o mais importante da história dos Fóruns – em razão da crise do neoliberalismo – uma faixa estendida durante a caminhada exprimia o sentimento que tomou conta dos manifestantes, com a frase “A chuva que cai sobre as nossas cabeças é a chuva de um novo amanhã, de um outro mundo possível”.
Os petistas mais uma vez tiveram forte presença na marcha, com mais de 3 mil militantes de todo país agitando bandeiras vermelhas e cantando debaixo do forte aguaceiro que descia dos céus de Belém.
Nesta quarta-feira (28) tem início a série de atividades do Fórum promovidas com apoio do PT. A primeira é o ato em homenagem a Chico Mendes que acontece à 9h na Tenda de Cuba (Campus da UFPA). À tarde, o presidente do partido, Ricardo Berzoini, e a senadora Marina Silva (PT-AC) participam do debates no Fórum Parlamentar Mundial no Centro de Convenções Hangar.
Diversidade e reivindicação
Durante todo o percurso, a marcha recebeu apoio da população da cidade que parou para acompanhar a passagem dos povos de todo o planeta que vieram a Belém reafirmar que um mundo mais justo e igualitário é possível.
No mercado de São Brás, ao final da caminhada, os indígenas – povos originais da Amazônia – realizaram cânticos e danças tradicionais para saudar mais esta edição do Fórum Social Mundial.
“Hoje é nosso dia. Todo dia é dia dos povos indígenas”, afirmou, sob aplausos, Marcos Apurinã, integrante do povo residente ao longo do rio Purus, no Amazonas. Além dos Apurinãs, cerca de 380 povos indígenas do país vieram participar das discussões do FSM.
Para Daniel de Souza, liderança do município de Oriximiná, no oeste do Pará, o FSM é uma oportunidade de dar visibilidade à causa do povo quilombola, que reúne cerca de 150 mil pessoas divididas em 320 comunidades em todo o Estado. “Nossa principal reivindicação aqui é pela regularização fundiária, a legalização de nossas terras. A gente acredita que lei não muda nada, o que muda é a gente se posicionar”, afirmou.
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