Mesmo com a crise política que deve acarretar no fim do governo golpista de Michel Temer, seus aliados fazem de tudo para seguir com a agenda do golpe dentro do Congresso Nacional. Na terça-feira, dia 23 de maio, os apoiadores do governo  utilizaram a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, presidida pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), para seguir o trâmite do projeto da Reforma Trabalhista. A oposição reagiu e tentou obstruir, pois é explícita a falta de capacidade ética e política do governo para aprovar qualquer projeto. A sessão foi suspensa e o relatório foi considerado lido pelo presidente da Comissão, mesmo com a leitura não tendo sido realizada.

A aliança golpista dentro e fora do Congresso demonstra a total desconexão com a realidade. Querem salvar as reformas propostas por um governo que deveria acabar, para manter o apoio dos setores empresariais que se beneficiarão com a retirada de direitos dos trabalhadores. Com o esfacelamento de Temer e sua capacidade governativa, seus aliados farão de tudo para salvar a agenda de retirada de direitos, que só pode ser aplicada por meio de um golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, pois são incapazes de vencer nas urnas por não terem apoio da opinião pública.

Segundo o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), “eles querem passar para a sociedade que aconteceu, que há um ar de normalidade, que [Temer] está fragilizado, mas consegue aprovar as reformas”. Já para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), a reunião na qual o relatório foi dado como lido não deveria nem ter acontecido, pois o país vive um momento de extrema instabilidade desde o golpe, que foi agravado pelas denúncias contra Temer. Segundo ela, agora os aliados de Temer “vão pra cima na força para a leitura de um relatório. Um relatório que retira direito das pessoas. Nós não estamos falando de um projeto qualquer aqui. Nós estamos falando de um projeto que afeta o Brasil, afeta milhões de brasileiros, pessoas que trabalham”.

Com informações da Agência Senado

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