PNADC: mercado piora para negros, mulheres e jovens
Dados da PNAD Contínua para o primeiro trimestre de 2017, lançados no dia 18 de maio pelo IBGE, confirmam o agravamento do quadro do mercado de trabalho no Brasil, em especial para os negros, mulheres e jovens.
Além do crescimento da desocupação em todas as grandes regiões nesse período – para 13,7% na média nacional, o que já havia sido divulgado pelo IBGE – aponta o Instituto que a subutilização da força de trabalho (composta pelos desempregados, aqueles que trabalham menos horas do que gostariam e os que desistiram de procurar emprego) chegou a 24,1%, tendo sido de 22,2% no quarto trimestre do ano passado e 19,3% no primeiro trimestre do ano passado.
É preocupante também a taxa de desocupação entre os jovens de 18 a 24 anos de idade, de 28,8%, oscilando entre 19,1% no Sul e 32,9% no Nordeste. Já nos grupos de pessoas de 25 a 39 e de 40 a 59 anos, este indicador foi de 12,8% e 7,9%, respectivamente.
O IBGE também aponta que a proporção de pretos e pardos na população desocupada aumentou entre 2012 e 2017: o contingente dos desocupados no Brasil no primeiro trimestre de 2012 foi estimado em 7,6 milhões de pessoas, quando os pardos representavam 48,9% dessa população; seguido dos brancos, 40,2% e dos pretos 10,2%. No primeiro trimestre de 2017, esse contingente subiu para 14,1 milhões de pessoas e a participação dos pardos passou a ser de 52,1%; a dos brancos de 35,7% e dos pretos subiu para 11,5%.
Quanto ao sexo, o percentual de mulheres na população desocupada foi superior ao de homens. Já entre os ocupados, houve a predominância de homens (56,9%).
Sobre a população ocupada, no primeiro trimestre de 2017, a mesma foi estimada em 88,9 milhões de pessoas e era composta por 68% de empregados (incluindo empregados domésticos), 4,6% de empregadores, 24,9% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,5% de trabalhadores familiares auxiliares.
Ainda sobre o contingente de ocupados, para o período analisado, 27,6% não tinham concluído o ensino fundamental, 57% tinham concluído pelo menos o ensino médio e 18,8% tinham concluído o nível superior.