De forma muito coesa e rápida, os movimentos sociais, organizados nas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, reagiram aos novos fatos que começaram a surgir desde ontem e afetam o poder central do golpe. Estão convocados dois grandes atos, e o recado é a mobilização permanente. No domingo (21/5), à tarde, em diversas cidades do País, e na quarta-feira (24), a ocupação de Brasília está mantida, e deve ser ampliada, tendo em vista o derretimento do governo golpista.

Em entrevista coletiva realizada no final da tarde de hoje, os dirigentes da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo, representados pela CUT, UNE, MTST, MST, Intersindical, CMP e CTB afirmaram de forma clara a necessária mobilização permanente, a unidade dos movimentos e o total acordo com relação ao Fora Temer, Diretas Já e retirada imediata das reformas da pauta do Congresso Nacional.

A reação popular à maior prova do estado de golpe vivido no Brasil foi imediata. Ainda pela manhã, os movimentos sociais publicaram notas afirmando centralmente que o Fora Temer não é mais suficiente para o momento que vivemos no Brasil. A pauta apontada, além da saída do ilegítimo é o estabelecimento de eleições gerais diretas imediatamente, somadas à necessária retirada de pauta das reformas trabalhista e da Previdência.

As redes sociais demonstraram nas últimas horas o tamanho do impacto do momento político. A Bovespa pela primeira vez desde a crise de 2008 suspendeu suas atividades, e diversos partidos que compõem a base do governo golpista já sinalizam o rompimento, inclusive com a saída de ministros.

No entanto, todos esses elementos não são suficientes ao momento histórico que vivemos. O campo popular não vai aceitar o arrefecimento desse processo, e vive o momento mais decisivo desde o golpe. A realização de eleições indiretas ou a permanência do ilegítimo devem esquentar ainda mais os ânimos, e a reação popular será o grande termômetro desse processo.

Os próximos passos do governo poderão apenas aumentar o volume das reações dos movimentos nas ruas. Não importa se Temer renunciará ou não, o povo é quem deverá dizer, nas ruas e nas urnas, qual será o destino do Brasil.

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