Prisioneiros palestinos fazem greve de fome
Treze parlamentares do Conselho Nacional Palestino – o Parlamento da Palestina – estão detidos atualmente em prisões israelenses e no dia 17 de abril deram início a uma greve de fome em protesto pela forma como são tratados pelas autoridades israelenses com privação de visitas, negligência médica deliberada, sem direito a comunicação e educação, prisões administrativas, isto é, detenções sem formalização de acusações e julgamentos, entre outras arbitrariedades, que ferem as normas internacionais de Direitos Humanos. Neste mesmo dia cerca de 1.500 outros prisioneiros palestinos também entraram em greve de fome.
Desde o início da ocupação israelense do território palestino, mais de oitocentos mil de seus cidadãos foram presos, representando 40% da população masculina do país, embora não sejam somente os homens que são perseguidos. No presente, há em torno de 5.600 palestinos em prisões israelenses, muitos sem julgamentos.
Mais da metade dos 132 integrantes do Conselho Nacional Palestino, setenta deputados, já foram presos em algum momento, sendo dez somente em 2017. Os 13 que hoje participam da greve de fome carregam longas penas de prisão, sendo que um deles, Marwan Barghouti, foi condenado a cinco penas perpétuas e quarenta anos adicionais por supostas atividades terroristas.
Ao mesmo tempo em que a greve se desenvolve, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou sua intenção de intermediar novas negociações entre israelenses e palestinos em busca de um acordo de paz. O Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, anunciou que está preparado para se reencontrar com o Primeiro Ministro de Israel, Benyamin Netanyahu. Este ainda não respondeu, mas um deputado de seu partido, o Likud, apresentou uma proposta no Parlamento Israelense para tornar os territórios ocupados definitivamente em território israelense e judaico, isto é, incorporados ao território de Israel e submetidos às suas autoridades civis e religiosas. Se aprovado, significa a negação absoluta a qualquer possibilidade de um acordo de paz.
Já passou do momento de o mundo exercer pressão para que o governo israelense cumpra as deliberações internacionais sobre o fim da ocupação dos territórios palestinos e se engajem seriamente em buscar um acordo sob risco de os problemas, não somente na Palestina, mas em todo o Oriente Médio se agravarem.