No segundo turno das eleições presidências na França, o candidato Emanuel Macron confirmou as pesquisas que lhe davam a vitória sobre a candidata de extrema direita do Partido Nacional, Marine le Pen. Houve um comparecimento menor do eleitorado em comparação com o primeiro turno, aproximadamente 60% dos eleitores e ele obteve 65% destes votos.

Muitos dos que o escolheram no segundo turno representaram votos “úteis” antifascistas, e mesmo assim, Le Pen conseguiu 14% a mais do que no primeiro turno, um número significativo pelo que sua candidatura representava.

No entanto, o processo de definição do poder para os próximos cinco anos, não está ainda consolidado, pois dependerá das eleições legislativas a ocorrer em 11 de junho, primeiro turno, e 18 de junho, o segundo. Como Macron fundamentou sua candidatura eleitoral em uma frente política (En Marche) e não em um partido, a lógica indica que ele terá minoria no Parlamento e dependerá da possibilidade de formar uma coalizão de partidos de centro direita para governar. Contudo, o ex-ministro do interior do governo Hollande que tentou se candidatar a presidente pelo Partido Socialista, Manuel Valls, será candidato a deputado pela frente de Macron.

A esquerda, representada principalmente pelo Partido de Esquerda, Partido Comunista e setores do Partido Socialista, voltou seus esforços para eleger uma bancada representativa, inclusive com o próprio Jean Luc Mélenchon candidatando-se a deputado para enfrentar a agenda neoliberal do novo presidente que o governo Hollande não conseguiu aprovar integralmente. Trata-se da reforma do “Código Laboral” francês, do sistema de aposentadorias e pensões e reduzir o orçamento público em 60 bilhões de euros.

Ou seja, o fascismo foi barrado mais uma vez, mas o neoliberalismo não e o futuro imediato na França promete muitas mobilizações do movimento sindical e social. Esta agenda é basicamente a continuidade das iniciativas.

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