A desastrosa política econômica praticada pelo atual governo continua produzindo danos ao tecido industrial brasileiro. De acordo com os últimos dados da PIM (Pesquisa Industrial Mensal) a produção industrial caiu 1,8% em março em relação ao mês de fevereiro. Quando analisados sob a perspectiva das categorias de atividade econômica, os dados são ainda mais desanimadores, revelando que o encolhimento foi generalizado: bens de consumo duráveis (-8,5%), bens intermediários (-2,5%), bens de consumo não duráveis e semi-duráveis (-1,8%) e bens de capital (-2,5%).

Pior do que isso é que as quedas mais expressivas ocorreram justamente nos setores que vinham registrando alguma recuperação nos primeiros meses do ano: veículos automotores (-7,5%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-23,8%), de máquinas e equipamentos (-4,9%) e na produção de derivados do petróleo, biocombustíveis e coque (-3,3%).

Por conta destas tendências, quando se comparam os três meses encerrados em março com o trimestre encerrado em fevereiro a queda da produção total da indústria foi de 0,7%, revertendo uma breve recuperação que vinha sendo registrada nesse tipo de indicador (média móvel trimestral) desde dezembro de 2016.

Assim, embora em termos anuais os dados da PIM indiquem que a produção industrial no mês de março de 2017 estaria 1,1% acima do nível percebido no mesmo mês do ano anterior, esse crescimento é ainda o rescaldo estatístico da leve recuperação registrada no segundo trimestre de 2016 e da pequena melhora de alguns setores industriais nos primeiros dois meses do presente ano. O fato relevante é que a se considerar o pulso da indústria brasileira no momento (fim do terceiro trimestre de 2017) o cenário é desalentador e não há no horizonte qualquer indicativo que permita apostar numa reversão mais consistente dessa trajetória.

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