Em sua terceira edição, revista e ampliada, o livro “Relações Internacionais do Brasil – de Vargas a Lula” chega às livrarias na próxima semana. O autor Paulo Fagundes Vizentini apresenta a história da política externa do país nos últimos sessenta anos e seu impacto na sociedade brasileira. A novidade desta nova edição, é a inclusão da política externa do segundo mandato do governo Lula. O autor discorre sobre a visão tático-estratégica e de longo alcance adotada pelo governo brasileiro, que instituiu uma diplomacia ativa e afirmativa. É destacado o papel protagonista assumido pelo governo, principalmente na busca da integração sul-americana, que se dá por meio do Mercosul, da Iniciativa de Integração Regional Sul-Americana (Iirsa) e da União das Nações Sul-Americanas (Casa/Unasul).

Temas recentes, de relevância, como o estreitamento dos laços diplomáticos com a Índia, a China e a Rússia, no grupo chamado Bric; a aproximação com a África e países árabes do Oriente Médio; a crise da nacionalização do gás boliviano; as turbulências na Venezuela; e o confronto entre Colômbia e Equador, também são tratados nessa nova edição. Com esse protagonismo no Terceiro Mundo e a diversificação dos vínculos no Primeiro Mundo, o Brasil ganhou maior capacidade de negociação e tornou-se portador de um projeto que pode contribuir para inserir a agenda social na globalização. Além disso, ganha peso na campanha pela obtenção de assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Esse percurso percorrido pelo país é um avanço considerável quando se segue a história cronológica de Relações Internacionais do Brasil. O livro começa sua análise pelo período Vargas e os governos populistas dos anos 1950, quando foi adotada a vinculação estratégica da política externa às necessidades do processo de desenvolvimento econômico – ou, no caso de Getúlio Vargas, o que ficou conhecido por “autonomia na dependência”. Passa pela política externa independente adotada por Jânio Quadros e João Goulart, entre 1961 e 1964; acompanha o pragmatismo do período militar, em especial no governo governo Ernesto Geisel, quando o Brasil apresentava então o perfil de uma potência de médio porte; e chega ao período democrático, em que o impacto da globalização impôs o modelo neoliberal aos governos Collor, Itamar e Fernando Henrique.