O deputado federal Ricardo Berzoini foi reeleito presidente nacional do Partido dos Trabalhadores para o biênio 2008/2009. Após a definição da terceira parcial das apurações da eleição ocorrida ontem (16), o candidato Jilmar Tatto ligou para Berzoini e o cumprimentou pela vitória.

A terceira parcial mostrou Berzoini com 62,29% dos votos válidos – de um total de 118.499 apurados. Esse número equivale a cerca de 65% dos petistas que votaram no domingo, segundo nova projeção feita na manhã desta segunda-feira pela Secretaria Nacional de Organização (Sorg).

Ainda de acordo com a Sorg, essa projeção indica que não há mais possibilidade de Tatto reverter o resultado – sobretudo porque os votos que faltam entrar são de regiões onde o candidato deve receber menos votos do que Berzoini.

Veja abaixo a totalização da terceira parcial:

Ricardo Berzoini – 69.869 votos (62,29%)

Jilmar Tatto – 42.292 (37,71%)

Brancos – 4.404

Nulos – 1.934

Total – 118.499

Municípios totalizados – 1.324

Nova expectativa de quorum – em torno de 150 mil votantes.

Leia abaixo a entrevista de Ricardo Berzoini

Qual sua avaliação do PED 2007?
Foi mais uma demonstração da democracia interna do PT, que em 2007 realizou seu 3º Congresso e uma eleição nacional, ambos os processos com centenas de milhares de militantes. Embora possamos apontar falhas e trabalhar pela sua superação, o mais importante é verificar a maturidade de nossa democracia e o aprofundamento do debate político. A militância do PT está de parabéns.

As projeções indicam que sua porcentagem eleitoral neste ano (em torno de 62%) será superior a do segundo turno do PED de 2005 (51,61%).

A que o sr. atribui esse crescimento?

São duas eleições diferentes disputadas em situações distintas. É claro que hoje o meu nome e minha atuação como dirigente partidário são mais conhecidos dos filiados. Também reflete a confiança dos militantes que apoiaram outros candidatos no primeiro turno e que votaram em mim nesse domingo.

Qual foi recado que a militância petista passou nesse PED?

Esse PED foi desdobramento do nosso 3º Congresso. Mas a militância reafirmou seu compromisso com o PT, depois de um ano intenso, com muitos debates e até prévias municipais, batemos o recorde de 2005, com 326 mil votantes.

A nova direção do PT vai preparar o partido para as eleições municipais de 2008. De que maneira isso será feito?

Vamos estruturar o Grupo de Trabalho Eleitoral para dar apoio aos Diretórios Regionais e Municipais. Além disso, vamos abrir o debate sobre a política de alianças e sobre as questões programáticas comuns, que servirão de base para os programas locais. E vamos preparar documentos de orientação para a estruturação das campanhas.

Quanto às tarefas prioritárias para a organização do PT no próximo período, qual deverá receber maior atenção de sua parte neste primeiro momento?

As decisões do 3º Congresso sobre Formação e Comunicação devem ser o centro dessa preocupação, além de medidas que possam ampliar a transparência da gestão partidária em todos os níveis. O PT também precisa cuidar melhor de seu cadastro de filiados, bem como rediscutir sua política de finanças.

De que maneira o PT, sob sua presidência, pretende se relacionar com os partidos que fazem parte da coalizão do governo Lula e com o próprio presidente?

O PT é um partido, deve ter propostas e considerações que representem seu pensamento político. Por outro lado, é o partido do presidente Lula, tem responsabilidade quanto ao apoio político ao governo. Deve apresentar propostas e críticas, quando necessário, de forma inteligente, sem confundir sua base em relação à nossa solidariedade com o governo. Os partidos da coalizão têm origens e programas muito diferentes, a relação com cada um deles se dá de forma distinta. Com os partidos de esquerda temos um diálogo estruturado em cima de nossas relações históricas e de questões programáticas.

Publicado no portal do PT em 17/12/2007