Ao longo da história da humanidade, os jovens sempre ocuparam um papel de destaque na atuação política, apesar das dificuldades existentes no meio político em relação à aceitação da efetiva participação da juventude no processo decisório, pois é comum associar à palavra juventude a idéia de rebeldia e irresponsabilidade. A fundação do PT no início da década de 80, juntamente com seus ideais e suas propostas políticas e de organização partidária veio de encontro com os anseios e aspirações da juventude brasileira. Por isso o PT se tornou referencia para jovens que desejavam entrar e participar do processo político e continuou assim até os dias atuais. Atualmente o PT de São Tiago (MG) tem entre seus quadros de filiados um numero muito expressivo de jovens, sendo que 70% dos integrantes do DM tem menos de 26 anos de idade. Esse engajamento dos jovens no PT se deve a postura política do partido durante esses anos. A coerência política, os compromissos sociais, a democracia interna e a postura inovadora ao apresentar solução para os problemas de nossas cidades e do nosso país, além da defesa intransigente da ética com a coisa publica, são a razão desse sucesso.

Porém é importante ressaltar que esta credibilidade foi ameaçada em razão dos escândalos do chamado “mensalão”. O partido distanciou da sua militância, o que resultou no afrouxamento da discussão política causou uma crise de representatividade entre os militantes que ficaram acuados diante dos fatos que eram nos apresentados. Percebemos que alguns de nossos dirigentes e nossos políticos tinham se envolvido com praticas nada compatíveis com nosso ideal histórico. Por isso o PT precisa fazer uma profunda investigação sobre o comportamento dos filiados suspeitos de terem se envolvido em praticas ilícitas. Outra medida a ser tomada e rediscutir a organização interna e neste aspecto se torna necessário medidas para recuperar a transparência dentro do PT. A gestão financeira do Partido não pode ficar inacessível aos militantes. Precisamos ser informado qual é o salário de nossos dirigentes remunerados. Precisamos acabar com a reeleição permanente de filiados para cargos de direção para que desta forma possamos evitar a burocratização da maquina partidária alem de permitir uma maior renovação do quadro dirigente. Também se mostra incompatível que filiados assumam mandatos na administração pública e acumulem também a função de dirigente partidário. È visível que este acúmulo de funções resulta num esvaziamento das discussões políticas dentro dos diretórios, uma vez que quem tem mandatos eletivos se vê obrigado a estar próximo de sua base eleitoral e acaba deixando em segundo plano a discussão política interna. O PT precisa recuperar o embate político, pois caso contrário só irá nos restar algumas vitórias nas disputas eleitorais como único objetivo a ser atingido e isso abre flancos para um verdadeiro vale tudo para vencer-las, ficando as questões políticas fora de discussão.

Somente a militância pode redirecionar o PT para o reencontro com seus ideais fundadores, recuperando a consciência que devemos ter com nossa história, participando ativamente das decisões internas a fim de acabar com o peso dos crachás e extinguindo as disputas sectárias sem debates. O PT deve ser uma opção política socialista, democrática e participativa, mas acima de tudo um petista deve ser intransigentemente ético. Só assim recuperaremos um pouco do nosso espírito juvenil.