Convocatória
Reunião Nacional, São Paulo, 12 de agosto

Nesse momento nos dirigimos a todos petistas e delegados para fazer um alerta e um chamado.

Há seis meses Lula foi reeleito em 2º turno numa polarização social. Hoje, os trabalhadores, sem-terra, jovens e servidores voltam às ruas para cobrar do governo aquilo pelo que votaram.

Enquanto na América Latina se luta pela recuperação da soberania nacional – medidas de reestatização no Equador e na Bolívia, na Venezuela o governo anuncia a retirada do Banco Mundial e do FMI – o que dizer do Brasil?

DE UM LADO,

Sob pressão de Bush, o governo brasileiro assinou um “acordo do Etanol” favorável ao agronegócio, condenado por MST, CUT, e que nem o Diretório Nacional do PT apóia;

No PAC o governo insiste em congelar por 10 anos os salários dos servidores através do PLP 01; os servidores e a CUT recusam esse confisco que financia as discutíveis isenções fiscais aos empresários.

POR OUTRO LADO,

Com razão o governo impôs um veto à Emenda 3, o qual deve ser mantido como pede a CUT pois a “regulamentação” do PJ exigida pelo patrões é uma flexibilização de direitos. Todavia a Emenda 3 só foi adotada pelo voto de boa parte da “base aliada”!

Os petistas se angustiam com a situação enquanto a direção assiste passiva à “coalizão” que engole os ministérios e, de crise em crise, ameaça o futuro do partido. A verdade é que não há futuro nessa política de “coalizão de governo” com a qual o PT deve romper.

O povo reelegeu Lula e votou no PT buscando utilizar o instrumento que construiu contra os representantes dos patrões. Mas o tempo passa e a falta de respostas gera desesperança numa situação onde a insegurança, o crime e o tráfico trazem o risco de uma regressão social.

Nesse momento, nós chamamos todos petistas de todas tendências a agir para que o 3º Congresso adote posições firmes ajudando os explorados e oprimidos, negros, jovens e mulheres a se unir para cobrar medidas práticas de governo:

• ANULAÇÃO DO LEILÃO DA VALE;
• ATUALIZAÇÃO DO ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE DA TERRA;
• RETIRADA DO PL 7200/06 DESSA REFORMA UNIVERSITÁRIA;
• REESTATIZAÇÃO DA TELEFONIA, ENERGIA ETC.
• REVOGAÇÃO DA LEI DAS OSs;
• DEFESA DO DIREITO IRRESTRITO DE GREVE;
• NÃO AO “ACORDO DO ETANOL” COM BUSH;

COMPANHEIROS,

As Teses em debate, em geral não enfrentam o problema da Reforma Agrária estagnada, da política econômica subordinada aos superávits fiscais para pagar a dívida, e desse ministério de “coalizão”.

Algumas ainda propõem um “co-governo” para aprisionar os sindicatos, ou a “participação” de movimentos para “contrabalançar” a direita na coalizão, ambas vias para realizar no Brasil a “governança mundial” pregada pelo Banco Mundial e o FMI.

A situação complicada pede uma política clara.

Chamamos à responsabilidade! Precisamos agrupar uma força capaz de transformar em iniciativas práticas aquelas propostas na luta para que o governo Lula atenda as aspirações que estiveram na base de sua reeleição.

Chamamos a um agrupamento que ajude na luta para desenvolver no Brasil o caminho da luta dos povos do continente pela soberania. A luta de classes está aí mesmo, exigindo a independência dos trabalhadores como instrumento de transformação rumo ao socialismo.

Propomos aos grupos, militantes e Delegados interessados uma REUNIÃO NACIONAL. Nela, em pé-de-igualdade, discutiremos um Projeto de Resolução para ser apresentado como verdadeiro Manifesto ao 3º Congresso.

*Artigo enviado em 13 de fevereiro de 2007
Resumo: integra disponível em [email protected] (11) 3208.8420