O Partido dos Trabalhadores ao completar seus 27 anos de lutas e glórias deve aproveitar o seu Terceiro Congresso Nacional para marcar sua posição de vanguarda que sempre o distingüiu das outras agremiações políticas do país.

Assim, passadas as eleições, onde o Partido amealhou importantes vitórias em todas as esferas de poder, estadual e federal, coroando com a re-eleição do companheiro-presidente Lula, e calando todas as vozes conservadoras e elitistas que alardeavam a derrocada final do Partido, com apoio e cobertura vergonhosa da grande mídia, salvo raras exceções, é hora de pensar o amanhã. Na última semana, o Partido mais uma vez mostrou sua imensa capacidade de articulação e saiu vitorioso na eleição do Presidente da Câmara dos Deputados, escolhendo o companheiro Arlindo Chinaglia para consolidar a base de sustentação do segundo mandato do presidente Lula, na esfera parlamentar.

Cabe agora, além dos festejos, a reflexão.

O encontro de Salvador a ser iniciado nesta sexta-feira, 9, e estendendo-se pelo final de semana, poderá ser instumental para o início desse processo de reflexão, visando ao debate democrático e aberto dos delegados e militantes filiados no Terceiro Congresso Nacional do Partido no segundo final de semana de julho, em Brasília.

É preciso focar no importante para a condução dos rumos do Partido. Seja no imediato, com ênfase nas ações programáticas assegurando consolidação do apoio ao segundo mandato de Lula, mas também no médio e longo prazo, onde as incertezas de um continuado protagonismo petista ainda são bem claras, principalmente devido à aparente saída do companheiro Lula da cena política executiva.

Deste modo, é premente a necessidade de se ampliar o debate, envolvendo e contando com a participação efetiva de todos os colaboradores do Partido, sem restringir a ação e o comando a um ou poucos companheiros que se notabilizaram em todos esses anos de lutas. A hora é de agregar e não de centralizar. O velho adágio popular de que andorinha só não faz verão é emblemático neste momento por que vive o Partido. Não podemos nunca nos descuidar de que a grandeza do Partido dos Trabalhadores está exatamente na qualidade de sua grande base de filiados, com militantes que respondem ao chamado das ruas nos momentos mais cruciais -fato tão claro e recente- que nos enche de orgulho de sermos Petistas.

Somente agindo assim, onde a descentralização deve ser a tônica, poderemos alvissarar continuado e prolongado papel do Partido no cenário político brasileiro, onde a democracia, finalmente, dá sinais de que sai de uma infância prolongada para uma madurez consolidada e vigorosa.

Cabe a todos nós dirigir este grande barco.

*Edson Junqueira Leite, Brasília, DF, CNF 1271457
*Artigo enviado em 6 de fevereiro de 2007

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