Em aula aberta, Michael Löwy lança livro pela Editora Fundação Perseu Abramo
O sociólogo e escritor brasileiro Michael Löwy, diretor de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (França), esteve em São Paulo no dia 7 de novembro para uma aula aberta realizada pela Fundação Perseu Abramo (FPA) e pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).
O evento aconteceu no auditório da FESPSP e marcou o lançamento do livro O que é cristianismo da libertação – religião e política na América Latina, editado pela FPA, que distribuiu exemplares gratuitamente aos presentes.
A aula
Löwy iniciou a aula explicando o que é o cristianismo da libertação, por ele estudado. Segundo o sociólogo, cristianismo da libertação é diferente de teologia da libertação. O cristianismo da libertação seria, segundo sua leitura, um movimento sociopolítico inciado ainda na década de 1950 na América Latina, inspirado, sobretudo, na Revolução Cubana. “A teologia da libertação é a expressão teórica, teológica, deste movimento”.
Apesar de o movimento ter acontecido mais ou menos ao mesmo tempo na maior parte do continente, desenvolveu-se com diversas particularidades no Brasil, onde também teve como importante inspiração a esquerda católica francesa. “O Brasil sofria muita influencia do catolicismo francês, que fez, a partir do pós-guerra, uma crítica bastante dura ao capitalismo”.
Para Löwy, o cristianismo da libertação surgiu fora da igreja, mas acabou adentrando seus muros, primeiro nas ordens religiosas e, posteriormente, no episcopado. “Uma parte dos bispos não se opôs somente à ditadura: começam a aparecer documentos, sobretudo no nordeste e no centro-oeste, anticapitalistas, e aparecia inclusive o termo ‘socialismo’ em alguns deles.
“A igreja sempre se preocupou com os pobres, sempre achou que temos que cuidar, ajudar e levar a caridade até os pobres. O pobre sempre teve um papel importante na doutrina social da igreja. O que a teologia da libertação trouxe à igreja foi a noção de que os pobres devem ser os sujeitos de sua própria história, atores de sua própria libertação”.
Assista à aula:
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