O dia em que a nação brasileira perdeu a sua democracia
Por Cida de Jesus, presidenta do PT de Minas Gerais
O 31 de agosto de 2016 entrará para a história como o dia em que sofremos um golpe. Não contra o Partido dos Trabalhadores ou os mais de 54 milhões de eleitores que elegeram de forma democrática, nas urnas, a presidenta Dilma Rousseff. Mas um golpe contra a nação brasileira.
Uma nação que nos últimos 14 anos conviveu com importantes investimentos em políticas públicas que possibilitaram tirar o seu próprio nome, Brasil, do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas.
Programas como o Brasil Sem Miséria e o Bolsa Família ajudaram a tirar 36 milhões de brasileiros e brasileiras da extrema pobreza. Ações de investimentos em educação com programas de alfabetização de adultos e capacitação e formação profissional, técnica e universitária formaram de milhões de pessoas que acabaram entrando no mercado de trabalho e ajudando a fortalecer a economia do país. Mas um “golpe de mestres”, articulado por aqueles que não aceitaram a derrota nas eleições passadas, pela elite conservadora, pela mídia manipuladora, por parte do judiciário e do Congresso Nacional, coloca fim a todas essas conquistas da nação.
Se essas foram políticas que favoreceram os mais pobres, as pessoas menos favorecidas, aquelas que sempre viveram às margens dos direitos sociais, o golpe feriu, e derrubou, uma conquista que não vê cor, raça, opção sexual ou status e que é de todo o povo brasileiro: a democracia.
Ao aprovar o impeachment, sem a existência de qualquer crime cometido pela presidenta Dilma Rousseff, o Senado, assim como fizeram os deputados que defendem a usurpação dos direitos, rasgou a nossa Constituição e manchou a democracia brasileira.
Dilma ainda está forte. O povo brasileiro vai reagir e, como ela mesmo disse, “o governo golpista sofrerá uma incansável e enérgica oposição”, de todos aqueles que não aceitam ser passados para trás.
O dia 31 de agosto de 2016 vai ser lembrado como um dia em que a nossa luta, pela defesa da democracia, pelas políticas de inclusão social, de desenvolvimento econômico e de acesso aos direitos fundamentais, recomeça ainda mais forte. Uma luta pela vida e pela democracia.
Não vamos aceitar qualquer retrocesso imposto por um governo ilegítimo e vamos resistir. E nossa vitória começa agora, nas ruas, nas cidades, no atual processo eleitoral que estamos vivendo. Tenho certeza que cada companheiro e companheira do nosso partido, que colocou o seu nome nessa disputa está disposto a resistir bravamente contra o retrocesso.
Nossa luta nasceu nas ruas e vai continuar nas ruas reforçada pelos anseios dos movimentos sociais, sindicais e de todos os homens e mulheres que defendem a reconquista democracia em nosso país.
“O golpe é contra o povo e contra a Nação. O golpe é misógino. O golpe é homofóbico. O golpe é racista. É a imposição da cultura da intolerância, do preconceito, da violência. ” (Dilma Rousseff – Presidenta do Brasil)