No ano, real registra valorização de 23,3%
Dados recém-divulgados pelo Banco Internacional de Compensações (BIS) mostram que o real é a moeda com maior valorização no acumulado nos sete primeiros meses de 2016. O estudo revela ainda que entre as sessenta moedas analisadas, o Real obteve a segunda maior alta no mês de julho, ficando atrás apenas do rand, da África do Sul, que teve alta de 6,8%. Outras moedas que tiveram valorização relevante foram a chilena (3,9%), a russa (3,1%), a australiana (2,4%) e a colombiana (1,2%).
No acumulado do ano, a moeda brasileira apresentou uma forte valorização de 23,3%, com apreciação superior a do iene, do Japão, que valorizou em 15,3% e ao peso colombiano, que no período registrou alta de 13,8%. É importante destacar, assim como aponta o relatório, que o processo em curso não é recente. De maio a julho, o real acumulou valorização de 10,7%, sendo que nesse período a apreciação do real é expressivamente maior do que as duas moedas com maior valorização após a brasileira, a saber, o rublo russo (6,9%) e iene japonês (6,4%). Diferentemente, a libra esterlina encabeçou o grupo de moedas que depreciaram no período, com desvalorização de 6,5%, seguida pelo peso mexicano (-5,9%) e o yuan chinês (-3,6%).
Assim, a valorização do real corrói uma importante fonte de retomada da economia via exportações e agudiza o atual cenário para as indústrias no país instaladas. Nos últimos meses, a balança comercial de produtos manufaturados vinha apresentando resultado positivo. No entanto, a onda de forte apreciação da moeda brasileira tende a reverter esse resultado com efeito deletério sobre a retomada do emprego e da demanda, uma vez que os produtos brasileiros perdem competitividade no exterior e o mercado doméstico passa a ser alvo de uma maior entrada de produtos internacionais.
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