Governo passou a dar isenções fiscais às Instituições de Ensino Superior (IES) privadas em troca da concessão de bolsas de estudo
Ano 4 – nº 327 – 06 de julho de 2016
Estudo de caso com bolsistas do Prouni
Dissertação de mestrado defendida por Henrique Bosso da Costa no Departamento de Ciência Política da USP traz um estudo de caso sobre o Prouni, criado em 2005, com o propósito de abrir espaço para uma demanda reprimida de jovens de classes baixas no ensino superior.
Com o Programa, o governo passou a dar isenções fiscais às Instituições de Ensino Superior (IES) privadas em troca da concessão de bolsas de estudo. Para o autor, o Prouni se legitima no discurso oficial como uma política de emergência: atua para colocar rapidamente o maior contingente possível de jovens com poucas perspectivas no ensino universitário e, portanto, tirá-los do subemprego, ao mesmo tempo, aquecendo o setor empresarial de educação. Está inserido no pacto de governabilidade que permitiu a execução de reformas graduais com a inclusão de vastos contingentes da população no mercado formal de trabalho e no acesso ao consumo.
O autor acompanhou na pesquisa as dinâmicas de vida e aspectos ideológicos de bolsistas do Prouni. Porém, o autor chama a atenção para o fato de que, em um contexto de crescimento do ensino superior, 95% dos empregos criados entre 2003 e 2012 pagavam até 1,5 salário mínimo: o Prouni lhes dá a possibilidade de alguma saída de relações mais precárias de trabalho, mas a qualidade das vagas em disputa impede o “salto” para a classe média a que muitos aspiram.
Para ler mais:
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* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de sua autora, não representando necessariamente a visão da FPA ou de seus dirigentes.
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