Falta rumo às políticas econômicas do Estado de São Paulo
Secretário de Desenvolvimento da cidade de SP e presidente da FPA debateram os freios que impedem o crescimento do Estado
Na noite de 4 de novembro, o Fórum de Conjuntura Eleitoral do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT São Paulo realizou o quinto encontro do Projeto SP (parte integrante do Projeto Estados da Fundação Perseu Abramo) e o 15º encontro, no geral, que já reuniu mais de 850 pessoas desde abril de 2015, para debater O Freio Tucano no Desenvolvimento do Estado de São Paulo – SP Retomando o Desenvolvimento Sustentável.
Os expositores convidados da quinta edição foram o economista e presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, e o secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo, Artur Henrique.
Henrique apresentou os pilares de ação de sua secretaria e lembrou que precisamos debater qual desenvolvimento iremos disputar na sociedade. “Estamos falando que trabalho e renda devem ser a centralidade das políticas”, informou. Disse mais: o estado de São Paulo está na contramão da história, “sem nenhuma ação concreta para incentivar a industrialização, realizou poucos convênios com o governo federal para gerar trabalho, emprego e renda e tampouco tem programa de economia solidária”.
Henrique observou que o estado de Santa Catarina ultrapassou São Paulo no ranking de maior exportador brasileiro de roupas entre janeiro e setembro de 2015 – com US$ 29,1 milhões, ante US$ 28,3 milhões dos paulistas, informou, citando matéria do jornal Valor Econômico e dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Para o secretário, chegou ao fim “o ideal de São Paulo como locomotiva do país” e a falta de integração da administração estadual com o governo federal é um dos motivos para essa situação.
Na cidade de São Paulo, o governo petista tem programas de estímulo ao emprego e renda, incentiva compras públicas como fortalecimento do desenvolvimento local, política de segurança alimentar e nutricional e economia solidária, como medida de disputa de modelo de desenvolvimento.
Pochmann apresentou o histórico da formação política-econômica do estado de São Paulo. “Antes, para saber para onde ia o Brasil, era preciso olhar para São Paulo. De 1930 a 1990, São Paulo teve hegemonia econômica mas não a política”.
Excluído da política nacional, São Paulo buscou então construir “seu próprio modelo, ousado, somente a partir de uma política local com sistema de infraestrutura só seu”.
Para Pochmann, o freio paulista, hoje, é “ligado ao crescimento de serviços e diminuição das indústrias e a transição que vivemos da sociedade industrial para a de serviços”. Também comentou sobre as mudanças na classe trabalhadora, o fato de o capitalismo não ser mais o mesmo do que quando surgiu o PT, e os desafios para o futuro.
Assista a íntegra do debate:
Fotos: Marcelo Vinci