No ano passado, o déficit do setor público consolidado foi de R$ 32,5 bilhões, o equivalente a 0,63% do PIB
Ano 3 – nº 327 – 28 de outubro de 2015
ECONOMIA NACIONAL
Previsão do governo aponta déficit primário de R$ 60 bilhões em 2015: O governo federal divulgou uma nova previsão para o resultado primário no exercício de 2015, prevendo um déficit de aproximadamente R$ 51,8 bilhões para o governo central (R$ 48,9 bi para o setor público consolidado), que deve alcançar R$ 60 bilhões caso as verbas previstas da reconcessão de um conjunto de 29 hidroelétricas (que devem ir a leilão em breve) não entrem neste ano. No ano passado, o déficit do setor público consolidado foi de R$ 32,5 bilhões, o equivalente a 0,63% do PIB. O aumento do déficit primário em 2015 se deveu em grande medida à frustração de receitas, que decorre por sua vez do aprofundamento da recessão, que pode levar o país a um crescimento negativo de 2,8% em 2015, ainda segundo as estimativas oficiais do governo. Na prática, o déficit primário poderá ser ainda maior, alcançando R$ 100 bilhões, caso o TCU decida que o governo deve regularizar imediatamente todos os pagamentos para os bancos públicos de verbas de subsídios creditícios, que somam em um cálculo preliminar algo próximo de R$ 40,2 bilhões. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano deverá ser alterada, exatamente para comportar estas frustrações nas receitas esperadas e os gastos adicionais com o possível pagamento para os bancos públicos por parte do tesouro nacional.
Comentário: As expectativas para o déficit do setor público em 2015 mostram a enorme deterioração fiscal causada pela atual estratégia de ajustamento da economia. Ao mesmo tempo em que o déficit primário deverá crescer em decorrência da redução da arrecadação, os gastos com juros explodiram e devem alcançar 9% do PIB, tanto em decorrência do aumento da taxa SELIC, quanto do custo elevado dos swaps cambiais e do aumento da inflação (derivada da estratégia de reajuste conjunto dos preços administrados), que corrige a parcela importante dos títulos indexados ao IPCA. Parece evidente que, assim como o índice de inflação, essa deterioração acentuada de 2015 deve se atenuar em 2016, uma vez que tanto a inflação quanto a desvalorização cambial (que possuem íntima relação) devem se apaziguar, reduzindo assim o pagamento de juros e reduzindo um pouco o déficit nominal. Apesar disso, estaremos ainda muito longe do objetivo de equilibrar o orçamento público, uma vez que as perspectivas são de continuidade da recessão e da queda da arrecadação pública, além de queda muito gradual da taxa SELIC. Sendo assim, fica cada vez mais claro que uma nova estratégia é necessária, que promova um ajustamento fiscal através da retomada da atividade, do emprego, da renda e, em consequência, da receita pública. Seguir apostando no corte de gastos e aumento de juros como estratégia de ajuste fiscal e contenção inflacionária apenas aprofundará o processo recessivo e fragilizará ainda mais as finanças públicas, como se demonstrou ao longo dos dez primeiros meses de 2015.
AGENDA DO DIA
EVENTO
HORÁRIO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
Confiança da Indústria/Brasil
9h
CNI
* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de seu autor, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
Gerenciar o consentimento
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções.
Funcional
Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos.O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.