Eleições presidenciais na Argentina
Neste domingo, a Argentina realiza eleições para escolher o próximo presidente da República, deputados nacionais, representantes do Parlamento Mercosul, senadores (em oito províncias) e governadores (em seis províncias). Esta será a primeira vez que os representantes argentinos no Parlasul serão eleitos diretamente.
Seis candidatos concorrem à Presidência: – Daniel Scioli é peronista-kirchnerista. Atual governador da província de Buenos Aires, Scioli é o candidato da Frente para a Vitória e conta com o apoio da Presidenta Cristina Kirchner. – Maurício Macri é da aliança Cambiemos. Atual Prefeito da Cidade de Buenos Aires, ele representa a oposição de direita não peronista. – Sergio Massa foi prefeito da cidade de Tigre (na grande Buenos Aires) até 2013. Ex-ministro do governo (2008-2009), atualmente representa a oposição de direita peronista pela aliança Unidos por uma Nova Alternativa. – Margarita Stolbizer é a candidata pela aliança Progressistas, que inclui o Partido Socialista, o Generación e o Libres del Sur. – Nicolas del Caño representa a Frente de Esquerda dos Trabalhadores, que reúne setores da esquerda trotskista. – Adolfo Rodríguez Saa é candidato pelo Compromisso Federal, que reúne uma dissidência do peronismo de direita formada em 2005 (peronismo federal).
Segundo o sistema eleitoral argentino, para vencer no primeiro turno, o candidato deve alcançar 45% dos votos válidos ou 40% com uma diferença de no mínimo 10% em relação ao segundo colocado. Desde agosto, quando foram realizadas as eleições primárias (PASO), as intenções de voto têm se mostrado estáveis. Segundo dados da última pesquisa do Centro de Estudos de Opinião Pública, publicada neste domingo pelo jornal Página 12, Scioli tem cerca de 41% dos votos válidos, seguido por Macri (28%) e Massa (22%). Stolbizer, Del Caño e Rodríguez Saa aparecem respectivamente com 4,4%, 3,8% e 1,1% dos votos. Os indecisos somam 5% e a margem de erro é de 2%. Outra pesquisa, da consultoria Ipsos-Mora e Araujo, divulgada no domingo, aponta um cenário semelhante: Scioli com 42%, Macri com 28% e Massa com 22% (a margem de erro é de 2,8%).
Nas últimas semanas, Mauricio Macri e Sergio Massa têm mobilizado o discurso do voto útil em busca do segundo turno. Os dois candidatos prometem seguir com programas sociais, mas defendem propostas liberais de redução do papel do Estado na economia, livre flutuação cambial e redução de impostos. Os argumentos de Macri giram em torno de sua melhor colocação (comparado à Massa) na disputa, ao passo que Massa mobiliza o peronismo para argumentar que ele seria o único capaz de derrotar Scioli num eventual segundo turno. Desde as eleições primárias de agosto, a oposição segue dividida entre Macri e Massa. Consultores e analistas têm destacado que até o momento não há sinais de voto útil e de polarização da disputa. Ao contrário, são os terceiro, quarto e quinto colocados (Massa, Stolbizer e Del Caño) que registram algum crescimento nas últimas semanas. Embora Scioli tenha subido pouco nas pesquisas em relação à votação obtida na PASO, a tendência tem sido de aumento da votação do primeiro colocado no primeiro turno. Isso, somado à divisão do voto anti-kirchnerista, faz com que Scioli tenha chances de vencer já neste domingo. Mas por enquanto tudo indica que as oscilações das intenções de voto seguirão dentro da margem de erro e que o suspense permanecerá até a apuração do primeiro turno.
|