No dia 20 de agosto, por todo o Brasil, milhares de cidadãos marcharam em defesa da democracia e contra os movimentos golpistas

Na quinta-feira, 20 de agosto, o Largo da Batata, em São Paulo, e várias outras praças, ruas e avenidas receberam milhares de militantes, dirigentes sindicais e de partidos políticos e dos movimentos sociais. Foram atos e atividades públicas para celebrar a unidade por democracia e de  ‘saídas pela esquerda’ para o momento atual. Batucadas, queima de fogos, bandeiras dos movimentos e cartazes denunciando o golpe e a direita estavam também no Largo em grande quantidade.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, chegou cedo no Largo da Batata. Animado, defendeu que o dia 20 de agosto, pela primeira vez no país todas as capitas, e em várias cidades, o povo e os movimentos, centrais e partidos de esquerda se reúnem em defesa da democracia. A nossa democracia aceita críticas, como é o caso das várias reivindicações contra a política econômica e pela garantia dos direitos sociais. Os atos são pelo respeito ao voto popular e contra a direita e retrocesso, disse à têveFPA.

O ato em São Paulo homenageou as vítimas da recente chacina de Osasco (SP) e os nomes de todos os mortos foram anunciados pelo caminhão de som. O vice-presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, disse que os jovens da periferia merecem educação e que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) só responde com violência.

Para Iole Ilíada, vice-presidenta da Fundação Perseu Abramo, “a belíssima manifestação deste 20 de agosto demonstrou inequivocamente duas coisas. A primeira é que os setores democráticos e populares não aceitarão passivamente nenhum tipo de retrocesso neste país, seja no âmbito econômico, social ou político. Eles se insurgirão e lutarão contra as tentativas de precarização do trabalho, de redução do tamanho do Estado, de retirada de direitos sociais, de ajustes ficais cuja conta seja debitada da classe trabalhadora – mas também contra os atentados à democracia cometidos pelos que querem usurpar o mandato legitimamente obtido nas urnas pelo atual governo. A segunda lição é simples, mas muito comumente esquecida: a esquerda, os democratas, os trabalhadores são muito mais fortes quando marcham unidos.”

A defesa da democracia temperada com críticas à política econômica permeou também as falas de lideranças da UNE, CUT, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e da Central de Movimentos Populares (CMP). O presidente da CUT, Vagner Freitas, enfatizou que a manifestação defende um projeto nacional de desenvolvimento, com geração de empregos e renda e redução das desigualdades. “Queremos respeito à democracia. Quem perdeu as eleições tem de parar com esse negócio de terceiro turno e se preparar para 2018”, afirmou Vagner.

“Mas não concordamos com essa política neoliberal nefasta para os trabalhadores. É preciso taxar as grandes fortunas. Quem ganha mais que pague mais. Também não concordamos com enfrentar a inflação com essa política de juros altos. O mercado não pensa nos trabalhadores”, disse o presidente da CUT. “Estamos aqui por reforma agrária, por uma reforma política que acabe com o financiamento empresarial de campanhas, por uma reforma tributária que reduza as desigualdades e por uma reforma de mídia que combata a concentração e o oligopólio dos meios de comunicação.”

A militante da Marcha Mundial de Mulheres Mara Lúcia da Silva considera que o atual momento de ascensão do conservadorismo é um risco duplo para as mulheres, que já hoje com todos os avanços ocorridos continuam sendo discriminadas, continuam sofrendo violência doméstica, continuam sofrendo violências nas ruas e ainda com diferenças salariais e péssimas condições para conseguir trabalho. Para ela, o avanço conservador com a retirada de direitos tende a ser duplamente prejudicial para as mulheres.

Nos demais estados ocorreram atividades também volumosas e com presença popular. Leia aqui sobre outros atos e aqui sobre as atividades realizadas no Nordeste.

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Fotos: Sergio Silva e Marcelo Vinci

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