Os reis da farsa. Esse título no Guinness, ninguém roubará, jamais, dos senhores do governo Fernando Henrique Cardoso. Basta ver o que diz o ministro Pratini de Morais, sobre os transgênicos,ou o ministro Alcides Tápias, sobre o empresário nacional, ou todos os ministros sobre a os riscos que a criação de uma CPI sobre o caso Eduardo Jorge traria para o País. Comecemos pelos transgênicos. Parodiando FHC, Pratini de Morais lança torpedos contra os "arcaicos" que desejam testes mais amplos sobre a novidade, com três argumentos indignos da sua (dele) agilidade mental. Primeiro: o mundo precisa avançar mais, tecnologicamente, para aumentar a produção de alimentos e combater a fome. Asnice. O mundo enfrenta superprodução mundial de alimentos, que por isso mesmo caíram, no ano passado – muitos deles – aos preços mais baixos dos últimos vinte a trinta anos. O problema da fome no mundo, como até a FAO descobriu faz trinta anos, não é de falta de produção – é de falta de renda, dos povos pobres, para comprar alimentos. Caso da África. Ou de imensa maioria da população brasileira (neste ano estão sobrando 2,0 milhões de toneladas de arroz, que o governo antigamente compraria, né, ministro Pratini? Faria estoques ou voltaria a dar cestas básicas para 1,8 milhão de famílias, né dona Rute Cardoso? Principalmente aquelas cujos filhos, nada menos de 6% do total das crianças brasileiras, estão abaixo do peso, por fome, perdão tucanos, desnutrição, né dona Rute?) Segundo argumento do doutor Pratini: o Brasil não pode ficar atrasado, para trás, em inovações tecnológicas importantes, “como aconteceu com a informática". Quanta amnésia, ultra-conveniente, ministro! Na década de 70, foram os seus amigos, os empresários entreguistas e as multinacionais, verdadeiros orientadores da política econômica do regime militar na época, que não instalavam fábricas no Brasil, e ainda bombardeavam as propostas de instalar uma indústria de informática no País. Aliás, os argumentos que eles usavam, aliás, eram tão sem-caráter quanto os que o senhor e todo o governo FHC estão usando. Diziam – o senhor se lembra, ministro, o senhor se lembra muito bem – esta barbaridade: "é bobagem o Brasil produzir computadores…Ele está gastando muito pouco com importações nessa área"… Os "anjinhos", engordados pela IBM, a gigante da época & cia., fingiam não saber que a informática era a indústria do futuro…O cerco só foi rompido porque a Marinha desenvolveu uma tecnologia brasileira de computadores, e os militares daquela época

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