Em São Paulo, milhares vão à Avenida Paulista para protestar contra o PL 4.330

Por Fernanda Estima

O 15 de abril amanheceu com os trabalhadores e trabalhadoras lutando. No Dia Nacional de Paralisação contra o Projeto de Lei 4.330, o projeto da terceirização, movimentos sociais e centrais sindicais organizaram atos e atividades em várias cidades do País.

Em São Paulo, durante a tarde, CUT, CTB, Intersindical, Conlutas e NCST reuniram militantes e trabalhadores de vários segmentos em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista.

Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, afirmou que os trabalhadores precisam ocupar estradas, empresas e escolas, “como fizemos hoje, apesar da repressão da polícia. Estamos numa maratona. Não sairemos das ruas enquanto os traíras do Congresso Nacional não forem derrotados. Temos que ganhar os deputados e senadores porque nem na ditadura militar tiraram tantos direitos dos trabalhadores”, explicou.

Dia de luta contra a terceirização leva trabalhadores às ruas

Trabalhadores na avenida Paulista, contra a terceirização

Precarização
Os trabalhadores de editoras, por exemplo, ocuparam e paralisaram as atividades da Saraiva de Guarulhos (SP). Os professores do estado de São Paulo estão desde ontem na Assembleia Legislativa, ocupando o espaço como forma de forçar a negociação de sua greve, que já dura 30 dias.

Representantes das categorias presentes, além de jovens e estudantes denunciaram a guinada à direita da política e do Congresso Nacional, a necessidade de seguir lutando contra os PLs 4.330, 664 e 665, os prejuízos à classe  trabalhadora com a terceirização.

Para Adi Lima, presidente da CUT-SP, “esse projeto significa a destruição do tecido social brasileiro. Não é possível que a sociedade compre uma ideia como essa. Não é a primeira vez que tentam destruir as relações de trabalho no Brasil. Terceirizar é precarizar, é trocar o emprego pelo aumento da margem de lucro dos patrões. Por isso, não vamos deixar que esse projeto seja viabilizado. Continuaremos nas ruas”.

No começo da noite, a passeata do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), reunidos em grande número no Largo da Batata, em Pinheiros, se uniu aos demais manifestantes em frente à Fiesp.

Dia de luta contra a terceirização leva trabalhadores às ruas

Sindicalistas não sairão das ruas enquanto não derrotarem o PL 4330

Dados sobre terceirização
Levantamentos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que o caminho da terceirização precariza as condições dos trabalhadores. Entre 2010 e 2013, nas dez maiores operações de resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão, quase 3.000 dos 3.553 casos envolviam terceirizados.

No caso de óbitos durante o serviço no setor elétrico, em 2013, perderam a vida 61 terceirizados, contra 18 empregados diretos. Na construção de edifícios, foram 75 falecimentos de terceirizados num total de 135 mortes.

Nas obras de acabamento, os terceirizados foram 18 do total de 20 óbitos, nas de terraplanagem, 18 entre 19 casos e nos serviços especializados, 30 dos 34 casos detectados.

Saiba mais:

FPA Informa Boletim de Política Social 148

A luta contra o retrocesso, artigo de Rosane da Silva e Carlos Henrique Árabe

Fotos: Sergio Silva