Protestos expõem golpistas e separatistas
Defensores de golpes contra instituições democráticas participam de protestos pelo país
As manifestações deste domingo (15) fizeram ressurgir simpatizantes da extrema-direita que veem na volta do governo militar solução para desafios próprios da democracia. Os radicais foram às ruas pedir o retorno do autoritarismo, intervenção militar e até a realização de novas eleições. O objetivo é destituir o governo eleito por mais de 53 milhões de eleitores, pouco mais de quatro meses atrás.
Esses militantes apoiam seus ideais em publicações raivosas nas redes sociais e cobram uma espécie de golpe denominado “intervenção militar constitucional”. Eles ignoram o resultado de 23 de outubro, quando a presidenta Dilma Rousseff venceu Aécio Neves (PSDB) para mais quatro anos de mandato, como manda a Constituição.
Os apelos à intervenção militar ganharam as ruas com as mais variadas reivindicações e apologias ideológicas. A aposentada Cristina Tross defendeu uma intervenção militar como “única solução” para o Brasil. “Sou filha de militar, sou pensionista da Marinha e não consigo mais suportar esta roubalheira. Quero o Congresso abaixo. É tudo ladrão e a intervenção é a única solução”, declarou ao Portal “IG”.
O advogado e diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, Fernando Jayme, criticou o movimento e afirmou não haver nada parecido na Constituição Federal. “Isso é golpe. Não há intervenção militar com consentimento da Constituição, que define as atribuições das Forças Armadas, subordinadas ao Presidente da República, eleito pelo povo e dono do poder”, explicou em entrevista ao Portal “Terra”, neste domingo.
Desembaraço – Desde a década de 1980 o Brasil não via tantos defensores de causas ditatoriais exporem suas ideias com tanto desembaraço ao público e aos meios de comunicação. É o caso também dos simpatizantes do separatismo nacional, que sonham com uma divisão territorial que expurgue o Brasil mais pobre, ao Norte e Nordeste, do Brasil mais rico, estados do extremo oposto do país.
Os separatistas se deixaram levar pelo amplo direito de manifestação para bradar, em cartaz: “Chega de Brasília. O Sul é o meu país”.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias