Preocupação com capacitação em recurso humano para atuar nos arquivos e centros de documentação e memória foi um dos pontos levantados.

Direito à memória em debate

O Centro Sérgio Buarque de Holanda da Fundação Perseu Abramo promoveu no dia 17/6, o debate “Documentos que contam a história: a preocupação com os traços da memória” com a participação de Marcio Meira (secretário de Relações Institucionais do Ministério da Cultura), Esther Caldas Bertoletti (diretora do Centro de Referência e Difusão da Biblioteca Nacional), Célia Reis Camargo (coordenadoria do Centro de Documentação e Memória da UNESP) e Marcelo Ridenti (diretor do Arquivo Edgard Leuenroth AEL-UNICAMP).

Marcio Meira destacou a necessidade de um projeto interministerial que integre uma rede de instituições e pesquisadores que lidam com a história do trabalho. Para o secretário, “trata-se de somar forças em prol do resgate e da preservação das diversas formas de manifestação da memória dos trabalhadores brasileiros”.

A diretora do Centro de Referencia e Difusão da Biblioteca Nacional apontou enfaticamente a necessidade de se avançar em políticas voltadas para a preservação e ampliação do acesso aos documentos. “Guardar a memória do povo e democratizar o seu acesso é a nossa vocação”, disse a diretora. Para Esther, o direito ao acesso à informação é algo constitucional e as tecnologias disponíveis possibilitam um salto muito grande nessa direção.

Avançar no sentido de definir políticas públicas voltadas para área cultural que reconheçam a importância da preservação da memória – local, regional e nacionalmente, é o desafio que se coloca, segundo Célia Camargo, para quem a memória coletiva se forma no espaço local e não no espaço nacional abstrato. Ela enfatizou também a urgência em investimentos na capacitação de recursos humanos para atuar nos arquivos e centros de documentação e memória. “Temos que lançar mão de projetos de capacitação de equipes. O trabalho nesta área ainda é muito elitizado. Atuamos de forma muito coorporativa. Os instrumentos de pesquisa que produzimos são para nós mesmos e inacessíveis aos não iniciados”.

Marcelo Ridenti, por sua vez, ressaltou que é preciso ter competência técnica e que o acesso deve ser ampliado. Tudo isso, segundo Ridente, se faz com investimentos concretos em recursos humanos e em projetos. Ele finalizou afirmando que a necessidade de investimento público nestas áreas é inquestionável.

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