ECONOMIA INTERNACIONAL
Balança comercial segue deficitária e inflação sobe no início de janeiro: O resultado da balança comercial brasileira, que registrou déficit em 2014, segue negativo nas duas primeiras semanas do ano de 2015, marcando saldo negativo de R$ 983 milhões. Este resultado decorre de R$ 4,83 bilhões de importações contra apenas R$ 3,85 bilhões de importações, o que representa uma queda de 11,8% nas exportações e 11,7% nas importações na comparação com janeiro/2014. Já no campo inflacionário, o IPC-FIPE da primeira quadrissemana do ano registrou alta expressiva de 0,49%, acelerando em relação à medição da última semana de dezembro (0,30%) e apontando para o já esperado mês de janeiro de inflação em alta. Os principais fatores que influenciaram no resultado do índice foram a aceleração dos preços dos alimentos (de 0,47% para 0,80%), despesas pessoais (0,87% para 1,2%) e transportes (de 0,31% para 0,60%), além do aumento de preços no grupo educação (de 0,04% para 1,05%) devido ao reajuste dos preços das mensalidades escolares.
Comentário: Mais grave que a queda nas exportações é sua composição, ou seja, o tipo de produto que deixamos de exportar. Segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, o Brasil apresentou uma queda de 33,2% na exportação de bens manufaturados entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015, refletindo em grande medida a crise pela qual passam alguns de nossos principais parceiros comerciais sul-americanos (em particular a Argentina, grande importadora de automóveis brasileiros). A queda nas importações, por sua vez, reflete em parte a desaceleração do crescimento econômico nacional, que faz com que o Brasil passe a demandar menos produtos importados, e o aumento da capacidade de produção e refino da Petrobrás, que reduziu a importação de combustíveis e lubrificantes em 51,8%. É exatamente o sucesso na redução de importação de combustíveis, por outro lado, que pode manter a inflação pressionada, apesar da redução dos preços internacionais do petróleo. Isso por que a Petrobras não deve alterar no curto prazo o preço dos combustíveis, buscando recuperar parte de suas perdas com a manutenção por alguns anos dos preços da gasolina e diesel abaixo dos preços internacionais. Caso a Petrobras decida baratear o preço dos combustíveis, parte da pressão inflacionária (que ainda aumentará, em particular devido ao aumento das tarifas de energia elétrica e dos transportes urbanos) poderá ser compensada pela redução no valor dos combustíveis e o barateamento dos fretes. Essa possibilidade, no entanto, é remota, dado o atual cenário delicado da Petrobras e sua necessidade de fortalecimento de caixa, sendo mais provável que ocorra uma redução nos preços praticados na exata medida do aumento da CIDE (para recompor a arrecadação pública), não promovendo assim alterações nos preços final dos combustíveis e mantendo a pressão inflacionária em alta no início de 2015.
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