Estudo publicado pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA) discute as desigualdades raciais dentre os inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012 e seus desempenhos. Segundo o estudo, em 2012 o Enem teve 5,8 milhões de inscrições, sendo 59% de mulheres e 41% de homens. Quanto à raça, 42% eram brancos, 41% pardos e 12% pretos, percentuais esses que praticamente não oscilaram em 2009, 2010 e 2012.
A maioria dos candidatos já havia concluído o ensino médio, mas as taxas de conclusão foram maiores nas categorias pretos e pardos do que entre brancos (possivelmente pela mais alta idade encontrada nesse grupo). Por outro lado, brancos destacam-se pela maior inserção em escolas particulares no ensino médio (enquanto 27% dos candidatos brancos declararam ser provenientes de escolas particulares, 12% dos pardos e 11% dos negros declararam o mesmo). Brancos têm também proporção muito mais acentuada nas 200 escolas que obtiveram melhores resultados, sendo 74% dos alunos das mesmas.
Pardos e pretos estão muito pouco representados entre as camadas de maior renda familiar (vide o gráfico abaixo), e seus pais possuem, comparativamente, uma escolaridade mais baixa, segundo o estudo.
Renda mensal familiar de acordo com a cor do inscrito
Quanto às notas das provas, pretos e pardos se diferenciam muito pouco entre si e brancos apresentam médias significativamente mais elevadas, como mostra a tabela abaixo. O estudo também mostra que as desigualdades de desempenho entre esses dois grupos é maior quando observamos as maiores notas do que quando olhamos as menores obtidas pelos candidatos.
Média das notas no ENEM por área disciplinar e cor do candidato
Nota-se assim que a condição social e o desempenho dos candidatos brancos e não brancos se distancia, sendo a análise por cor/raça importante para aprimorar políticas públicas que visem reduzir as desigualdades raciais no país, especificamente no acesso ao ensino superior. |