Boletim Diário de Política Social 92 – Cepal: estudo sobre migração mostra tendências da América Latina e Caribe

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14 de novembro de 2014
Cepal: estudo sobre migração mostra tendências da América Latina e Caribe

Segundo estudo realizado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que compara dados dos Censos de 2000 e 2010 de dez países, aproximadamente 28,5 milhões de latino-americanos e caribenhos – ou 4% da população da região – residem em país diferente ao de seu nascimento. A quantidade de migrantes em 2010 – 28,5 milhões – é maior que os 26 milhões contabilizados em 2000. Quanto a seus países de origem, 11,8 milhões são mexicanos (40% do total), seguidos por 2 milhões de colombianos e 1,3 milhão de salvadorenhos.
Apesar de 20,8 milhões (70% dos migrantes da região) estarem nos Estados Unidos e do segundo país com maior quantidade de migrantes latino-americanos e caribenhos ser a Espanha (2,4 milhões de imigrantes), a Cepal aponta uma tendência à diminuição dos fluxos para fora da região e tendência ao crescimento de intercâmbio inter-regional, que aumentou 3,5%.

Por outro lado, o número de pessoas naturais dos Estados Unidos que imigraram para países da América Latina e do Caribe dobrou na última década, o que coincide com a crise econômica que atravessou o país. No México, por exemplo, o censo de 2010 registrou a entrada de 740 mil cidadãos dos EUA, um aumento de 106%.

O gráfico abaixo, para países selecionados, mostra a quantidade de residentes nascidos no exterior (barras) e a porcentagem da população que representam (linha).

América Latina e o Caribe (países com dados disponíveis): volume e proporção de imigrantes na população total, segundo país de residência, por volta de 2010

FPA Informa - Política Social 92

A Cepal propõe a construção de uma agenda para a inclusão dessa questão nas estratégias de desenvolvimento a partir de 2015. Segundo a organização, diante das constantes violações, é preciso defender os direitos humanos dos migrantes e se opor a medidas unilaterais e restritivas de alguns países em relação a outros.

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Análise: Ana Luíza Matos de Oliveira, economista