FPA Informa 217 – Inflação cai em outubro e recua no acumulado de 12 meses

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07 de novembro de 2014
ECONOMIA NACIONAL
Inflação cai em outubro e recua no acumulado de 12 meses: O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta manhã pelo IBGE, subiu 0,42% e apresentou recuo na medição de outubro, que havia sido de 0,57%, mesmo valor que o registrado em outubro de 2013. Esse resultado foi melhor que o esperado pela média do setor financeiro, que previa que o IPCA seria de 0,49%. A queda no índice foi encabeçada pela desaceleração dos preços de alimentos e bebidas (0,78% para 0,46%) e transportes (0,63% para 0,39%), indo na direção contrária o aumento de preços no grupo habitação (0,68% para 0,94%). No acumulado de 12 meses, o IPCA tem alta de 6,59%, ainda acima da meta mas menor do que o acumulado até setembro, que foi de 6,75%.
Comentário: A desaceleração do IPCA é extremamente positiva para o governo, que pretende entregar a inflação ainda dentro da meta de 6,5% até o fim do ano. O lance definitivo para tal fato foi dado pela Petrobras, que anunciou aumento de 3% da gasolina e 5% no diesel, o que deve gerar um impacto de 0,2% a 0,3% no IPCA de novembro e dezembro. Apesar disso, dado que no ano passado os aumentos autorizados pela Petrobras foram superiores a estes índices, o IPCA de dezembro tende a ser inferior em 2014 do que o que foi verificado em 2013, garantindo assim a volta da inflação para dentro da meta. No médio prazo, a superação da crise hídrica é um dos fatores cruciais para reduzir a pressão sobre os preços, alimentos e energia elétrica, fazendo com que eles subissem até o momento, 6% e 11,18% no ano, respectivamente. No longo prazo, o desafio continua sendo a desindexação da economia, através da redução do poder dos monopólios e de uma política de abastecimento de alimentos menos sujeita aos sabores climáticos. A utilização sem moderação de ajuste fiscal e monetário para combater os efeitos da inflação apenas levará a economia rumo à desaceleração, sendo que, caso persista a seca e a indexação, os efeitos inflacionários permanecerão, mas agora com desemprego.
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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