Recuo do varejo em julho aponta para recuperação mais lenta do que a esperada

FPA Informa 199 – Recuo do varejo em julho aponta para recuperação mais lenta do que a esperada

FPA Informa 199
 
FPA Informa 199

199

11 de setembro de 2014
ECONOMIA NACIONAL
Recuo do varejo em julho aponta para recuperação mais lenta do que a esperada: As vendas no varejo recuaram 1,1% em julho, após queda de 0,7% no mês de junho, segundo informações divulgadas nesta manhã pelo IBGE. O resultado foi pior do que o antecipado por analistas de mercado, que em média esperavam um crescimento de 0,7% do varejo no mês, devolvendo quase que integralmente a queda de junho. Apesar do varejo ampliado (que inclui veículos e motos) ter revertido sua tendência de queda em junho (quando havia caído 3,4%), crescendo 0,8% em julho, é possível observar uma queda nas vendas de supermercados e hipermercados, marcando -1,3% no mês. Além disso, a venda de móveis e eletrodomésticos também apresentou queda de 4,1% no período. Com este resultado, as vendas varejistas ainda acumulam alta de 3,5% no ano até julho e de 4,3% no acumulado de 12 meses. A receita nominal do setor, apesar de ter caído 0,7% em julho, acumula alta de 9,8% no ano e 10,8% no acumulado de 12 meses.
Comentário: A nova queda registrada nas vendas do varejo parece ter duas explicações principais, segundo analistas do IBGE: em primeiro lugar, os feriados da Copa em julho podem ter prejudicado alguns setores; em segundo lugar, a queda na confiança dos consumidores leva inevitavelmente à uma queda no ritmo de compras. Apesar disso, o fato de julho ter aprofundado a queda nas vendas registras em junho nos leva a crer que as medidas de contenção de crédito por parte dos bancos privados possam ter influenciado os resultados do período também. Neste sentido, a liberação de parte dos compulsórios dos bancos por parte do BC pode aliviar a pressão sobre o crédito, fazendo com que a retomada do varejo ocorra nos próximos meses. De qualquer forma, o resultado de julho prejudica as expectativas de recuperação no ritmo de atividade no segundo semestre, não apenas por rebaixar os dados do crescimento do mês, mas por apontar para uma demanda mais fraca no futuro, o que pode aumentar a desconfiança dos empresários e reduzir os investimentos. A recuperação do varejo, principalmente das vendas nos supermercados, ocorrerá apenas com a manutenção da inflação em patamares baixos e a continuidade do crescimento da renda e do emprego, o que fará com que o consumidor aumente sua confiança e possibilitará uma retomada mais vigorosa do setor.
AGENDA DO DIA
EVENTO HORÁRIO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
IPC-Fipe 5h Fipe
Vendas no varejo/Brasil 9h IBGE
Análise: Guilherme Mello, Economista
Acesse: www.fpabramo.org.br
FPA Informa 199
Para cancelar o recebimento deste email clique aqui
Este email foi enviado para %%emailaddress%%