Evento reúne em La Paz mais de 50 partidos de esquerda e progressistas de 19 países da América Latina e Caribe, representados por 173 delegações

Começou nesta segunda-feira, 25, a vigésima edição do Foro de São Paulo, realizada em La Paz, na Bolívia, reunindo mais de 50 partidos de esquerda e progressistas de 19 países da América Latina e Caribe, representados por 173 delegações. A Fundação Perseu Abramo (FPA) participou neste segunda coordenando, em conjunto com o PCdoB, a III Escuela de Formación do Foro de São Paulo.

Representantes do PT, PCdoB, MAS (Bolívia) e do governo boliviano na abertura

A abertura da III Escuela, no Centro de Convenções de Campo Ferial, em Chuquiago Marka, o dirigente do Movimiento al Socialismo (MAS) da Bolívia, Victor Morales, agradeceu a presença de todos, e ressaltou a importância de uma escola de formação de partidos de esquerda e progressistas. “Desde que foi fundado o Foro de São Paulo, na década de noventa, houve grandes mudanças, saímos de ter apenas o Partido Comunista Cubano, naquela época, para mais de dez partidos de esquerda que governam hoje na América Latina”, destacou Morales, para quem é necessário manter a articulação proposta no Foro, com o objetivo de “manter a plena conservação dos partidos de esquerda, tanto os que governam quanto os que não governam”.

Na sequência, Altair Freitas, da escola de formação do PCdoB, lembrou que a atual edição da escola de formação do Foro é a terceira do gênero, sendo a primeira ealizada no México em 2012, e a segunda em 2013 no Brasil. “Esta escola é fruto de um trabalho coletivo, buscando, em nossas atividades, uma integração soberana na América Latina e Caribe, que não seja só uma integração econômica, mas também cultural e política, que permita aos nossos partidos e companheiros o aprofundamento das conquistas dos últimos dez anos”, disse Freitas.

Mais de 200 pessoas lotaram o auditório do Centro Ferial de Chuquiago Marka

Já a secretária executiva do Foro, e diretora de relações internacionais do Partido dos Trabalhadores (PT), Mônica Valente, encerrou a abertura agradecendo ao povo boliviano pela acolhida ao Foro. “Sabemos que é um trabalho muito intenso organizar o foro, e por isso agradeço ao povo boliviano por hospedar esse evento, lembrando que os êxitos obtidos na Bolívia nos últimos anos não são só do companheiro Evo Morales, mas de todo o continente, no enfrentamento das políticas neoliberais”, avaliou Mônica.

Encerrada a abertura, a diretora da FPA, Luciana Mandelli, coordenou a mesa com a primeira aula, que contou com o depoimento de Idalmis Brooks, do Partido Comunista de Cuba. Para Idalmis, os principais polos de poder no mundo hoje querem regular o acesso e uso dos recursos naturais em todos os países, e por isso são importantes as mudanças na orientação do uso desses recursos, promovidas por governos de esquerda. “Devemos estar orgulhosos das mudanças, mas atentos aos riscos. Há uma montagem muito clara de ofensiva e satanização dos movimentos e projetos de esquerda, no mundo todo”, destacou a dirigente cubana.

Lopera, Mandelli e Brooks (da esq. para dir.) na primeira atividade da Escuela

Segundo Idalmis, ações como a Escola de Formação do Foro são importantes para formar as novas gerações, “que têm que conhecer nossas histórias políticas, nossas lutas e conquistas, pois os líderes atuais passam, mas o processo revolucionário tem que permanecer. O que está se iniciando aqui não termina na Bolívia”, ponderou. Na sequência houve manifestações de dirigentes de diversos partidos, dentre eles Tany Lopera, do Partido Comunista del Perú (Patria Roja), dentre outros, encenrrando a mesa da manhã.

Na tarde foi realizada a mesa La integración latinoamericana y caribeña: desafíos políticos, coordenada por Fernando Rodrigues, do MAS, da Bolívia. A mesa contou com participações de Ricardo Abreu (Alemão), do PCdoB (Brasil), Lorena Pena, da Frente Sandinista de Libertación Nacional, da Nicarágua, e Iran Moreno, do Partido de la Revolución Democrática (PRD), do México.

(Fotos: Théa Rodrigues/Vermelho)

 

 

 

 

 

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