Produção industrial cai na Europa, PIB japonês registra queda mas China amplia produção industrial em 9%
FPA Informa 187 – Produção industrial cai na Europa, PIB japonês registra queda mas China amplia produção industrial em 9%
187
13 de agosto de 2014
ECONOMIA NACIONAL
Produção industrial cai na Europa, PIB japonês registra queda mas China amplia produção industrial em 9%: A situação da economia internacional aprofundou seu viés recessivo com a divulgação de dados negativos na União Europeia e no Japão. No velho continente, a produção industrial de julho voltou a apresentar crescimento negativo em julho, registrando queda de 0,3%, o que se soma à queda de 1,1% já registrada em junho. As quedas mais pronunciadas se deram no setor de duráveis, com a Irlanda liderando o índice negativo e marcando retração de 16,5% entre maio e junho. Já no Japão, houve queda do PIB nominal de 0,4% no segundo trimestre de 2014, rebaixando o ritmo de crescimento anualizado do país (ou seja, uma projeção para o ano com base no desempenho do primeiro semestre) em 6,8%. Após forte expansão no primeiro trimestre, devido à adoção de uma política fiscal e monetária expansionista, a economia japonesa sofreu o impacto de um recente aumento dos impostos com o objetivo de reduzir o elevado grau de endividamento nacional. Esta alta nos impostos fez com que o consumo das famílias caísse 19,2%, enquanto o investimento privado apresentou redução de 9,7%. Já na China, a situação parece bem mais positiva, com a produção industrial tendo se expandido 9% em julho (contra 9,2% registrados em junho), puxado principalmente pelo crescimento do setor imobiliário (13,7% em termos nominais) e pelo aumento das vendas no varejo, que apresentaram crescimento de 10,5% em relação a um ano atrás.
Comentário: A recuperação da economia global continua titubeante e em compasso de espera, com a Europa cada vez mais envolta em um ambiente de alto desemprego e baixa confiança (o último indicador de confiança da economia alemã mostra nova queda para patamares muito reduzidos, o que indica o pessimismo do investidor local) e o Japão apresentando movimentos contraditórios no que diz respeito à expansão da atividade. Economias como a China conseguem manter um elevado grau de crescimento principalmente devido aos investimentos no setor imobiliário e ao crescimento da demanda interna, dado seu processo ainda em curso de urbanização. Como o cenário internacional é negativo, nenhuma grande economia mundial consegue fazer uso da demanda externa como fonte impulsionadora de sua economia, tendo que se voltar para seus principais e tradicionais parceiros comerciais, além, obviamente, de seu mercado interno. No caso europeu e latino-americano, mesmo esta tarefa é dificultada pela competição extremada dos produtos de origem asiática (principalmente chinesa e de seu bloco de influência) e pela recuperação americana, que contando com uma moeda menos valorizada agora busca não apenas reconstruir sua base produtiva, como reverter seu déficit comercial com a maior parte dos países. Dessa maneira, até mesmo os mercados internos e os parceiros comerciais tradicionais estão ameaçados pela concorrência externa, fato que somado ao baixo crescimento da renda e do emprego na região europeia explicam o cenário recessivo que já dura vários anos. O impacto de tal estagnação para o Brasil se dá no comércio externo, que contribui pouco para o crescimento do PIB e dificulta a recuperação de nossa conta de transações correntes. A retomada do crescimento brasileiro através de uma estratégia de ampliação das exportações está, por hora, completamente bloqueada pela situação recessiva internacional.
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