IGP-M cai fortemente e projeta inflação abaixo do esperado para julho e agosto
FPA Informa 182 – IGP-M cai fortemente e projeta inflação abaixo do esperado para julho e agosto
182
30 de julho de 2014
ECONOMIA NACIONAL
IGP-M cai fortemente e projeta inflação abaixo do esperado para julho e agosto: O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), calculado pela FGV, apresentou nova queda no mês de julho, registrando deflação de 0,61% (após ter sofrido baixa de 0,74% no mês de junho). Este resultado foi melhor do que o esperado pelos analistas de mercado que, em média, previam uma deflação de 0,50% no mês. O resultado do IGP-M de julho confirmou a queda dos preços no atacado, com o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA, que representa 60% do índice total) caindo 1,11%, puxado mais uma vez pela queda de 2,66% nos preços agrícolas. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC, que tem peso de 30% no índice total) desacelerou de alta de 0,34% em junho para apenas 0,15% no mês de julho. Com esses resultados, o IGP-M acumula alta de 1,83% no ano e 5,32% no acumulado de 12 meses.
Comentário: As seguidas deflações registradas pelos índices com maior peso no atacado, como é o caso do IGP-M, revelam um cenário inflacionário benigno para os meses vindouros. O repasse da queda dos preços no atacado para o varejo está sendo lenta, permitindo aos comerciantes recompor suas margens, mas está ocorrendo e deve prosseguir em julho. Agosto, mês onde tipicamente há um crescimento da inflação em comparação com os meses de junho e julho, também pode apresentar taxas bastante baixas de inflação dadas estas quedas significativas dos preços no atacado. Com isso, as expectativas de inflação devem prosseguir seu movimento de queda já iniciado no último Boletim Focus, provavelmente adentrando a casa dos 6,3% já na próxima pesquisa. O pequeno crescimento da atividade, conjugado as boas safras do meio do ano e a estabilização no patamar da taxa de câmbio são os principais fatores por trás dessas taxas de inflação mais contidas, e devem permanecer ao menos até o fim do ano, quando estão programados aumentos em alguns preços administrados, como os combustíveis e a energia elétrica (que, na realidade, só deve sofrer um reajuste maior em 2015). Sendo assim, a possibilidade de “estouro” da meta de inflação no ano de 2014 parece cada vez mais distante, com o governo e o Banco Central cumprindo seu compromisso de manter a inflação dentro das bandas estabelecidas no início do ano.
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