Sindicalismo na Primeira República marcou lutas trabalhistas no Brasil. Lançamento da revista teve debate com professora Edilene Toledo, da Unifesp

A luta de anarquistas, comunistas, socialistas e sindicalistas durante a Primeira República, no início do século 20, foi crucial para a democratização da sociedade brasileira, segundo a professora da Unifesp, Edilene Toledo. “As reivindicações não eram apenas por melhores condições, imediatas, de vida e trabalho, mas um programa mais amplo de questionamento da rígida hierarquia vigente”, afirmou.

Edilene Toledo e Luciana Mandelli (da esq. para dir.)

Edilene foi a convidada do programa entrevistaFPA do dia 30, especial do Dia do Trabalho, sob coordenação da diretora da FPA, Luciana Mandelli, e que marcou o lançamento da revista Perseu nº 10, cujo dossiê tem como título: “Organizações dos Trabalhadores: das sociedades de resistência ao sindicalismo contemporâneo”.

A professora contribuiu com o artigo “Para a união do proletariado brasileiro: A Confederação Operária Brasileira, o sindicalismo e a defesa da autonomia dos trabalhadores no Brasil da Primeira República”. Para Edilene, os trabalhadores lutavam para serem vistos como sujeitos políticos no Brasil. “O que se pretendia era ter os sindicatos reconhecidos como organizações legítimas da sociedade.”

Sindicalismo revolucionário
Para Edilene, nessa realidade, o sindicalismo revolucionário teve papel determinante. “Os sindicalistas confiavam em seus sindicatos como as entidades capazes de garantir não apenas condições melhores, ideias comuns, benefícios presentes e futuros, mas como substituição ao estado centralizado. Os trabalhadores iriam gerir a sociedade por meio dos sindicatos.”

Professora de História do Brasil na Universidade Federal de São Paulo desde 2008, Edilene fez graduação, mestrado e doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), tendo realizado estudos e pesquisas na Itália. Escreveu ainda livros sobre a história dos trabalhadores, anarquismo, sindicalismo e imigração.

Perseu
Publicação do Centro Sérgio Buarque de Holanda, a revista Perseu tem contribuído, ao longo de seus sete anos, para ampliar a circulação de pesquisas e reflexões sobre a história da esquerda contemporânea.

Neste número, a seção Dossiê tem como tema “Organizações dos Trabalhadores: das sociedades de resistência ao sindicalismo contemporâneo”. Apresenta, ainda, uma seleção de documentos de nosso acervo sobre a organização da Juventude no PT, além de resenhas e artigos.

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