Ata da reunião no Colégio Sion
10/02/80
Foi aberta Domingo, dia 10, às 11:30 horas, a sessão inicial da reunião de fundação do Partido dos Trabalhadores. A mesa que dirigiu os trabalhos estava formada por Jacó Bittar, do Sindicato dos Petroleiros de Paulínia (Presidente); Henrique Santillo, Senador de Goiás (Secretário); Henos Amorina, do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco; Wagner Benevides, dirigente sindical de Minas Gerais; José Cicote, dirigente sindical de Santo André; Paulo Skromov, do Sindicato dos Coureiros de São Paulo; Luiz Inácio Lula da Silva, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema; Olívio Dutra, líder bancário do Rio Grande do Sul; Édson Khair, Deputado Federal do Rio de Janeiro; Manuel da Conceição, líder camponês do Nordeste; Arnóbio Vieira da Silva, líder popular de Itanhanhém; Lourin Martinho dos Santos, da construção civil do Rio Grande do Sul.
Logo no começo o secretário, Paulo Skromov, fez um relato das resoluções adotadas no dia anterior pela Coordenação Nacional (ampliada com dois representantes de cada estado): fixar como objetivo fundamental a fundação do Partido dos Trabalhadores sem desprezar nenhum espaço possível para a atuação política dos trabalhadores e, nesse sentido, lutar pela legalização do partido; discutir e aprovar o manifesto de lançamento divulgado no dia 1º de janeiro; decidir sobre a Comissão Diretora Nacional Provisória, referendando qualquer decisão no Encontro Nacional de 12 e 13 de abril; abrir o processo de discussão nos textos programáticos e estatutários nas bases do partido, preparando, assim, a realização do Encontro Nacional; promover a eleição, em cada Estado, das Comissões Diretoras Regionais Provisórias, que serão referendadas pela Comissão Nacional; proceder à filiação dos militantes e simpatizantes do PT.
A seguir, o Senador Henrique Santillo, Secretário da mesa, procedeu à chamada dos seis primeiros signatários do manifesto, que foram intensamente aplaudidos pelas cerca de setecentas pessoas presentes no auditório do Colégio Sion: Mário Pedrosa, escritor, crítico de arte e líder socialista; Manoel da Conceição, líder camponês; Sérgio Buarque de Holanda, historiador; Lélia Abramo, Presidente licenciada do Sindicato dos Artistas de São Paulo; Moacir Gadoti, que assinou em nome do educador Paulo Freire; e Apolônio de Carvalho, combatente na Guerra Civil Espanhola e na Resistência Francesa, um dos líderes dos movimentos da resistência popular no Brasil.
Os demais signatários ficaram de assinar o manifesto no fim da sessão plenária. A seguir, o plenário foi dividido em cinco comissões, para discutir o manifesto de lançamento e indicar uma comissão de oito integrantes para redigir a forma final do documento.