Situação dos estados é tema de debates no Fórum FPA
No último dia de debates, o Fórum FPA propôs uma série de discussões a respeito dos panoramas dos estados brasileiros
No último dia de debates, o Fórum FPA propôs uma série de discussões a respeito dos panoramas dos estados brasileiros.
O professor Otávio Dulci mostrou um pouco das características de Minas Gerais e destacou as particularidades deste estado, como a fragmentação socioeconomica e cultural do território. Dulci também citou a logística e a infraestrutura como desafios aos governos populares em seu estado, além de destacar a importância de Belo Horizonte, “capital mais política do que econômica e cultural”.
Apresentando os dados referentes ao estado do Espírito Santo, o professor Kleber Friezzera citou a história do estado, marcada por forte isolamento do restante da União. Vitória é, segundo o professor, detentora de ótimos índices de desenvolvimento, inclusive econômico.
A crise pela qual passa o estado hoje, revelou Otávio Dulci, tem origem na falta de investimentos do setor de mineração que migraram para o Norte e Nordeste brasileiro. Outro aspecto importante foram os dados referentes à violência, que não se justificam pelos índices econômicos.
Debates sobre a situação dos estados na manhã de domingo no Fórum FPA
Já o professor Aristides Monteiro apresentou a situação do estado de Pernambuco, onde a situação dos índices econômicos, como no restante do país, melhorou. Essa melhora, no entanto, não foi acompanhada pelos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) deste estado.
“Os recursos, em Pernambuco, do BNDES e do PAC somaram 38 bilhões de reais, de outro lado, a despesa de investimentos, no mesmo período somou 13 bilhões de reais. São naturezas distintas: um é gasto e o outro é investimento nas empresas. O governo federal foi responsável por 52% destes recursos”, comentou Aristides.
As diferenças geográficas de Pernambuco foram mostradas pelos professores, que concluíram falando do déficit hídrico, causa de constrangimento quando se observa o desenvolvimento econômico no interior do estado.
Eduardo Ernesto Filippi, durante a avaliação do Rio Grande do Sul, fez críticas à imprensa, “que tenta passar uma imagem de que o Rio Grande do Suol é um estado decadente em relação aos outros estados. Essa imagem não faz sentido ao observar os dados. A economia do estado é muito parecida com a argentina e uruguaia. E sempre se pautou pela exportação ligados ao agronegócio e ressaltou a importância do mercosul para o estado”. Filippi também ressaltou a importância de uma moeda forte, diante deste quadro.
Os representantes do Piauí, Ceará, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Acre, Sergipe, Rio Grande do Norte e São Paulo falaram sobre as dificuldades e projetos no Fórum FPA. Todos os estados, com exceção de São Paulo, contextualizaram um panorama de grandes desigualdades sociais com extrema pobreza. Economicamente falando, São Paulo é o maior estado do Brasil em riquezas concentradas na capital.
No Acre, o ‘Projeto Cidade do Povo’ se destaca por ter construído 10.518 unidades habitacionais, com infraestrutura e aparelhos necessários, seguindo a linha habitacional de projetos do governo federal.
Para o estado do Ceará as ações são focadas em saneamento, habitação e segurança pública, premissas básicas que ainda não tem serviços de qualidade para a população local. O polo turístico presente mobiliza a economia do estado.
Representantes de Alagoas abriram a explanação com um poema de Maurício de Macedo contextualizando sua formação histórica e política. Durante a apresentação foi apresentado um breve histórico sobre os primórdios da sociedade do açúcar relacionando esse fato aos latifúndios, ainda existentes como a forma de poder mais reacionária do país. O mesmo estado tem o pior índice de IDH e violência do país.
O Projeto ‘Avanços na Inclusão Social’promove avanços e desafios na integração econômica e melhora índicede IDH no Piauí.
Campo Grande (MS) possui 249.800 domicílios, mas ainda necessita de 31 mil novos para suprir a carência de 31 mil famílias residentes.
Regiões do Brasil em pauta durante o Fórum FPA/PT
Em Sergipe foi proposta a inovação como método para o planejamento participativo e territorial da cidade. Até 2006, mais empregos em Aracaju. Em 2007, aumentou do índice no interior do estado. Os Programas‘Sergipe Cidades’ e ‘Mão Amiga’ promovem infraestrutura social e econômica para a população local.
“A Bahia apresenta uma inversão econômica. Antes, o setor primário representava 40% da economia, hoje representa apenas 8%”, falou Ranieri Muricy, professor responsável por apresentar o quadro baiano. Também citou o saldo migratório negativo da Bahia, com fluxo principalmente para os estados de São Paulo e Minas Gerais, situação que faz com que o estado venha diminuindo sua população em cerca de 1% ao ano. “A região metropolitana de Salvador representa cerca de 52% do estado, nas extremidades estão as ilhas de ‘prosperidade’, enquanto o miolo é uma região de seca e que preocupa. Problemas sociais na Bahia ainda são graves, sobretudo no interior”, finalizou.
Fotos: Juliana Lora de Sá