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IGP-M recua em novembro e confirma fim da alta dos preços no atacado: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de novembro calculado pela FGV e divulgado na manhã de hoje, 28, apresentou forte desaceleração em relação ao mês de outubro, registrando alta de 0,29% contra elevação de 0,86% no mês anterior. O resultado ficou abaixo da média das previsões dos analistas financeiros, que esperavam alta de 0,32%. No ano, o IGP-M (usado para reajuste dos contratos de aluguel e de alguns outros contratos de concessão de serviços públicos) acumula alta de 4,88%, sendo 5,60% nos últimos 12 meses. A principal desaceleração dos preços foi observada no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a inflação no atacado e registrou alta de apenas 0,17% em novembro contra 1,09% no mês de outubro. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação no varejo, apresentou aceleração perante outubro, partindo de 0,43% para 0,65% neste mês. O grupo alimentação se destacou dentre os componentes do IPC, subindo 0,93% contra 0,63% no mês anterior.
Comentário: A redução dos preços no atacado confirma o fim do repasse da desvalorização cambial para os preços, o que deve reduzir a pressão altista nos índices de inflação nos próximos meses. No entanto, o processo de repasse das elevações passadas nos preços dos produtos no atacado para os do varejo prosseguem (como se pode perceber na aceleração do IPC), mesmo que em ritmo menos pronunciado. Espera-se que tal processo tenha fim já neste mês ou nas primeiras semanas do mês de dezembro, completando o ciclo de repasse de preços e ainda permitindo que o IPCA de 2013 registre alta inferior aos 5,84% observados em 2012.
 

Banco Central aumenta Selic para 10% conforme esperado: O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por unanimidade na noite de ontem, 27, elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,5%, elevando-a de 9,5% ao ano para 10%. A decisão, já esperada pelo mercado e pelos analistas financeiros, foi acompanhada de um curto comunicado, onde o Copom afirma que a atual alta de juros dá continuidade ao processo de ajuste da política monetária do Brasil. O próximo documento a ser divulgado pelo Banco Central é a ata da reunião, que deverá vir a público na próxima semana e trará novos elementos para avaliar o cenário inflacionário considerado pelo Bacen e as possíveis novas medidas que serão tomadas pelo Copom em reuniões posteriores.

Comentário: O aumento da Selic em 0,5% já estava “precificada” pelo mercado financeiro, não se constituindo como novidade. A razão oficial para a manutenção do ciclo de alta de juros pelo Bacen ainda é a resistência das taxas de inflação se aproximarem do centro da meta, mas não há razões econômicas para acreditar que um aperto monetário maior será capaz de realizar tal movimento, a não ser por meio de uma recessão e do aumento do desemprego (fato já descartado pelo governo). Outra possibilidade para tal ajuste ter efeito deflacionário é a chamada “ancoragem das expectativas”, onde uma elevação dos juros leva os agentes econômicos do mercado a esperarem uma inflação menor no futuro, o que se confirmaria como uma profecia autorrealizável. O problema desta abordagem consiste no fato de que as expectativas são mutáveis e, sempre que o Bacen aprofunda o ajuste e eleva o patamar de juros, as “expectativas” do mercado sobre os juros futuros necessários para aplacar o processo inflacionário também se elevam, gerando uma ciranda de aumentos quase que ilimitado. Sendo assim, o combate à inflação não pode ocorrer exclusivamente por meio da manipulação das taxas de juros, devendo ser uma estratégia que lance mão de diversos instrumentos da política econômica, sob o risco de atingirmos mais uma vez taxas reais de juros proibitivas para o avanço dos investimentos produtivos no Brasil.
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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