Instituições dialogaram sobre sanções dos EUA e as oportunidades de aproximação entre Brasil e China para construção de alternativas

FPA, Instituto Lula e Shangai Institutes se reuniram em São Paulo nesta segunda-feira
Foto: Sérgio Silva | Fundação Perseu Abramo.


A Fundação Perseu Abramo e o Instituto Lula receberam nesta segunda-feira (15/9), em São Paulo, representantes do Shangai Institutes of Internacional Studies para um diálogo sobre o cenário político internacional. Participaram da reunião o presidente da FPA, Paulo Okamotto, os diretores Valter Pomar e Carlos Henrique Árabe, Ana Flávia Marx, diretora do Instituto Lula, o diretor do Institute for Foreing Policy Studies Niu Haibin, o diretor executivo do cebter for World and Shanghai Wang Yuzhu e a secretária geral do Centre for People-to-People Diplomacy Lou Xiangfei.

Na abertura, Okamotto disse que vivemos um momento muito especial da vida política brasileira, quando pela primeira vez na história do país julgamos e condenamos Bolsonaro e alguns militares por tentativa de golpe. E destacou que o Brasil vem enfrentando várias sanções dos Estados Unidos, que tentaram parar o julgamento de Bolsonaro e anistiar pessoas que já foram condenadas. “Acreditamos que a elevação da tarifa é decorrente da situação do capitalismo estadunidense, que vê os Brics como ameaça à sua sobrevivência econômica e política”, afirmou.

Niu Haibin parabenizou o Brasil pela vitória da democracia contra a pressão dos Estados Unidos no julgamento de Bolsonaro e afirmou que o modelo brasileiro de desenvolvimento sustentável tem sido um exemplo para a China no processo de interiorização da tecnologia. E mencionou o aumento do consumo doméstico e ampliação das relações comerciais com os países dos Brics como medidas que aumentaram a capacidade chinesa de lutar contra as tarifas dos Estados Unidos.

O presidente da FPA defendeu que é necessário conhecer e desenvolver trocas de experiências. “Somos muito diferentes mas temos as mesmas preocupações sobre a humanidade”, disse ao finalizar o encontro.

A conversa ainda abordou o tema da superação da pobreza e da desigualdade, sobre futuras parcerias entre China e América Latina, estreitar relações e aprofundar o conhecimento cultural entre os países e continentes e com isso impulsionar também a criação de novos mercados e alterar a realidade vivida pelas populações nas várias regiões além de solidificar relações soberanas.