A edição de julho e agosto da Revista Reconexão Periferias celebra o 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, com uma entrevista da pesquisadora, dançarina e produtora cultural Renata Prado. Nascida e criada no Itaim Paulista, no extremo da Zona Leste de São Paulo, e Formada em pedagogia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ela começou a frequentar os bailes porque eram – e ainda são, praticamente, os únicos espaços culturais disponíveis nas periferias. “O funk dá esse espaço emancipatório. Ele permite que as mulheres sejam o que são”, afirma.


O artigo “Conquistar mentes e corações pela base nas periferias”, de Artur Henrique Santos, Paulo César Ramos e Darlene Testa, fala sobre o desafio da atuação nas periferias, visando um PT renovado e atuante, que dialogue com as novas dinâmicas do mundo do trabalho, fortaleça suas bases de participação popular, combata violações de gênero, raça, classe, a discriminação LGBTQIAPN+, que empodere as juventudes dentro de toda a sua complexidade, firme uma transição geracional e compreenda as mutações nas formas de conscientização, comunicação e mobilização política.

O Perfil apresenta a Associação das Parteiras Tradicionais do Município de Breves, uma organização fundada em 2010 que luta pelos reconhecimento e valorização do trabalho das parteiras da região, em sintonia com as políticas públicas de saúde. À frente da instituição desde 2022, a técnica de enfermagem Maria Augusta da Cunha Borges acompanhava a avó desde criança, quando ela era chamada para assistir as mulheres em trabalho de parto no interior da Ilha do marajó. E assim, durante uma complicação, teve a oportunidade de auxiliá-la e passou a ser formada para suceder a matriarca neste ofício.

A edição também registra o primeiro de três encontros que vão discutir os impactos das chacinas e suas relações com a política de drogas no Brasil, realizado pelo Reconexão Periferias. O ciclo tem como objetivo reunir especialistas, ativistas, advogados e pesquisadores para construir coletivamente os eixos temáticos que irão compor o livro Chacinas e Política de Drogas, quarto e último título da coleção baseada na pesquisa Chacinas e a Politização das Mortes no Brasil: Casos emblemáticos.

Na reportagem “Desafios, pornografia e discurso de ódio: riscos diários para crianças nas redes sociais”, especialistas alertam para os riscos do acesso precoce e irrestrito de crianças e adolescentes às redes sociais, que facilita a ocorrência de crimes graves que colocam em risco sua vida e bem-estar. Casos de aliciamento, desafios que induzem ao suicídio e perfis criados para explorar sexualmente alunos de escolas, além da disseminação de conteúdo misógino, racista e discursos de ódio, se tornaram parte da realidade digital no Brasil.

A seção de Arte apresenta o artista por trás da Negra’Art’Artesanato, Vitor Fernando da Silva, que chama a atenção nas feiras com um trabalho que homenageia religiões de matriz africana e a cultura preta, em esculturas que utilizam arame, barbante e retalhos de tecido.

O artigo “Marcadores sociais da afrodescendência, interseccionalidade e suas implicações na educação das relações étnico-raciais”, do pesquisador Cláudio Rafael Almeida de Souza, apresenta a pesquisa que objetiva mapear os marcadores sociais por meio do comércio de escravizados no periódico “Idade d’Ouro do Brazil”, da cidade de Salvador (BA), no serviço de busca da Hemeroteca Digital Brasileira.