Na quinta-feira, 31 de julho, a sede nacional do PT em Brasília acolheu o primeiro debate da série da Realidade Brasileira e os desafios do PT. Organizado pela Fundação Perseu Abramo, a atividade pautou a justiça tributária. Paulo Okamotto, presidente da Fundação, fez a saudação de abertura, relembrando o quanto é importante para o partido e sua militância a preparação de argumentos para a disputa na sociedade. “É muito importante a participação de vocês. Queremos criar mais condições para que filiados e dirigentes possam discutir na sociedade temas caros para o Partido dos Trabalhadores. Temos feito alguns debates com esse intuito e todos eles servem para preparar as disputas que temos que fazer”.

Com mediação da diretora Elen Coutinho, a Fundação discutiu Justiça Tributária, tema estratégico para pensarmos a redistribuição de renda, a superação das desigualdades e a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. A atividade integra a programação do 17º Encontro Nacional do PT e tem o objetivo de subsidiar nossa militância com informações qualificadas e argumentos sólidos para o embate político.

Com participação de Adriana Marcolino, diretora técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Socióloga, mestre em sociologia do trabalho e doutoranda em Sociologia pela USP; Sandra Brandão, Chefe de Gabinete Adjunto de Informações em Apoio à Decisão do Gabinete Pessoal do Presidente da República, economista e especialista em políticas públicas; e Rodrigo Toneto, pesquisador do Ipea, economista, mestre pela USP e doutorando na Queen Mary University of London.

Com transmissão ao vivo, além do público presencial, os expositores apresentaram as desigualdades e também tudo que o governo federal tem feito nestes anos de reconstrução. Injustiça na tributação, impostos indiretos e desigualdade, efeitos negativos da defasagem da tabela do Imposto de Renda e exemplos internacionais foram abordados pelos palestrantes.

Adriana Marcolino destacou o papel de uma política tributária que é fundamental para o desenvolvimento econômico e “deve ser estruturada para financiar o desenvolvimento do país”. Princípios caros, como a capacidade contributiva: “quem ganha menos, contribui com menos, quem ganha mais, tem que oferecer mais”. Sendo assim, o Estado teria condições de oferecer qualidade de vida para um número maior de brasileiros e brasileiras. E sobre o Imposto de Renda, Marcolino apresentou os pontos negativos dela não ter sido reformulada, “a mesma desde 1996″. Essas distorções prejudicam a classe trabalhadora e a partir da década de 1990, como reduziu as alíquotas, passamos a ter redução das políticas públicas gerando dificuldade de atender todos”.

Sandra Brandão apresentou o contexto da destruição promovida pelo bolsonarismo e a atual política de reconstruir o Estado, com “retomada da democracia e do país. Temos que encher a boca para defender o que está sendo feito”. Ela apresentou os números que tiraram o Brasil do mapa da fome, as mudanças no patamar de desemprego e os resultados do enfrentamento a pobreza.

Informações como o ajuste na tabela (do IR), que poderia zerar a defasagem de três décadas, impactando 26 milhões de pessoas fizeram parte dados e números alarmantes apresentados ontem por Adriana Marcolino. A importância do Estado brasileiro rever a tributação e reverter injustiças também foi apresesntada por Sandra Brandão e Rodrigo Toneto, com dados e gráficos que mostram o quanto o país, agora vivendo o momento de reconstrução e união, pode inverter situações injustas e que podem servir para alavancar a economia e distribuir renda.

Assista a seguir a íntegra do debate: