Foto: Sérgio Silva

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, visitou hoje a sede da Fundação Perseu Abramo para assistir a uma apresentação sobre os dados da pesquisa “Chacinas e Politização das Mortes no Brasil”, realizada desde 2018 pelo Projeto Reconexão Periferias , que já mapeou 786 casos de chacinas ocorridos em dez anos, de 2011 a 2020, com base em notícias publicadas em todo o país.

Participaram do evento o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, a vice-presidenta Vivian Farias, o diretor Artur Henrique, responsável pelo projeto, o coordenador do Reconexão Periferias Paulo Ramos e uma plateia formada por lideranças políticas, de movimentos sociais e pesquisadores. Durante a apresentação, a socióloga e responsável pelo eixo de Violência do projeto Sofia Toledo antecipou dados inéditos do caderno que será lançado ainda em maio, “Chacinas e Policiamento”, que mapeou 111 casos divulgados com envolvimento de agentes da polícia. Mas também há mais de 90, não divulgados como decorrentes da atuação da polícia, nos quais moradores e testemunhas afirmam que houve a participação de policiais.

O ministro afirmou que no Brasil ainda não conseguimos constituir no Brasil um arcabouço institucional para lidar com a segurança pública e os direitos humanos. E que é necessário criar um Plano Nacional de Redução de Homicídios. “Precisamos melhorar a capacidade do Estado para responder a esse tipo de desgraça e criar práticas materiais para retomar o controle dos territórios perdidos para a criminalidade”, disse.

Ele acrescentou que as pessoas que mais morrem são as envolvidas com a luta pela terra, pelo meio ambiente, pelas reformas urbana e agrária. “Para retomar esses territórios perdidos é necessário satisfazer as necessidades de quem ali vive, oferecendo nos territórios periféricos saúde, educação, moradia e lazer”.

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