NAPP Saúde e Setorial Nacional de Saúde do PT apresentam propostas para o setor que podem ser incluídas nos programas de governo das candidaturas municipais

Valdecir Galor/SMCS/Brasil de Fato

A retomada do SUS, após anos de abandono durante a gestão de Jair Bolsonaro, tem sido celebrada pelos profissionais de Saúde, que veem em Lula o aliado ideal para colocar demandas históricas pretendidas pelo setor.  Uma delas é o fortalecimento da atenção básica ou primária nos municípios, apontado por especialistas e lideranças políticas como proposta prioritária a integrar os programas de governo das candidaturas petistas que disputarão as Eleições Municipais em outubro. 

“A Saúde se constrói nas cidades e o nosso objetivo é pensar em medidas que atendam às necessidades regionais, mas sempre em sintonia com os avanços promovidos pelo Governo Federal”, antecipou o ex-ministro Arthur Chioro, hoje à frente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e um dos participantes do debate promovido pelo NAPP Saúde, do qual é coordenador, em conjunto com a Setorial de Saúde do PT. 

A prefeita de Juiz de Fora (MG), Margarida Salomão, concordou ao complementar que é indispensável estreitar a relação dos municípios com os demais entes da federação, sobretudo no que diz respeito à Atenção Básica. “O SUS é um sistema tripartite, mas que depende da estrutura dos municípios para chegar de maneira eficiente à população. E o melhor caminho para resolver o problema da Saúde nos municípios é focar na atenção primária”, sugeriu.

A atenção básica ou primária em saúde é a chamada “porta de entrada” dos usuários nos sistemas de saúde. É aquele atendimento inicial que orienta sobre a prevenção de doenças, soluciona casos menos graves e direciona os demais para unidades que recebem casos de complexidade. “Quando funciona, a atenção primária resolve cerca de 80% dos casos de quem procura atendimento”, finalizou Margarida. 

Para o deputado federal Doutor Francisco (PT-PI), as melhorias na atenção primária passam pela capacitação permanente dos profissionais da saúde, sobretudo nos municípios de pequeno e médio porte. “O médico recém formado precisa estar em constante evolução para atuar na atenção primária. Isso tem que estar em pauta em nossos programas de governo”. 

Saúde mental

Além de estruturar o atendimento inicial e evitar superlotação nas unidades, outro ponto debatido no encontro foi o aumento no número de casos ligados à saúde mental. “A pandemia gerou uma grande procura de pacientes com problemas relacionados à saúde mental, como ansiedade, transtornos de humor e até depressão. Precisamos defender a qualificação dos profissionais para que identifiquem o problema e saibam como encaminhar o atendimento”, apontou a secretária de Saúde de Araraquara, Eliana Honain. 

Plano Nacional de Saúde

A psicóloga Fernanda Nagano, secretária geral do Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo e integrante da Comissão Intersetorial de Saúde Mental do Conselho Nacional de Saúde, defende que as candidaturas petistas estejam alinhadas às resoluções apresentadas pela 17ª Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em julho do ano passado. “Temos uma série de diretrizes que poderão nortear as ações nos municípios sempre de acordo com o que foi definido pelos milhares de profissionais da categoria. É um material indispensável para pensar a saúde como um todo e dentro da realidade de cada região”. 

SUS Digital

Por meio de vídeo, a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, citou a grande adesão ao programa Meu SUS Digital como um dos grandes avanços recentes promovidos no setor. “Apenas quatro municípios do país não aderiram ao programa, o que mostra uma disposição enorme do país para resolver problemas na área da saúde”, comemorou. 

O Meu SUS Digital dá autonomia aos cidadãos e cidadãs para que cuidem da própria saúde, com ferramentas como acesso à rede de saúde com base em geolocalização e a possibilidade de avaliar os atendimentos recebidos no SUS.

Os encontros realizados pelos Núcleos de Acompanhamento de Políticas Públicas fazem parte do projeto FPA nas Eleições e têm como objetivo oferecer subsídios às candidaturas petistas nos municípios.

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