FPA lança Napp para dar voz e vez aos povos da Amazônia
Iniciativa teve seu primeiro debate na noite de segunda, 25, e terá como meta organizar e atualizar as políticas públicas reivindicadas por quem vive na região
O lançamento do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas da Amazônia iniciou, nesta segunda, 25, mais uma etapa do projeto “FPA nas Eleições” – cuja proposta é oferecer respaldo técnico e teórico para as mais de 3 mil candidaturas petistas que disputarão o pleito.
O primeiro debate do Napp Amazônia contou com a presença de lideranças políticas e representantes de movimentos populares da região, e serviu para estabelecer um cronograma de ações para colocar em prática as políticas públicas reivindicadas pela população local.
Uma das bases para a construção dos programas de governo dos candidatos e candidatas dos oito estados localizados na chamada Amazônia Legal será o projeto Seres e Saberes. O movimento, criado em 2022 por ativistas e militantes, tem feito mapeamento constante das principais carências e potencialidades de cada município e proposto projetos e iniciativas junto ao poder público. Algumas das propostas são aguardadas há décadas pela população.
Para Naiara Torres, diretora da FPA e doutora em ecologia aquática e pesca pela Universidade Federal do Pará, a nova etapa iniciada nesta segunda-feira terá como meta dar voz e vez a quem vive na região e colaborar na organização e atualização das propostas já existentes.
“O retorno de Lula à Presidência da República tem dado uma grande visibilidade para a Amazônia tanto dentro quanto fora do Brasil. Esta é uma grande oportunidade para que a gente consiga levar para os municípios aqui da região propostas que possam contar com o apoio do governo federal”, avaliou.
Paulo Okamotto, presidente da FPA, concorda e espera que o Napp Amazônia dê ainda mais projeção para as propostas levantadas pelos movimentos populares e lideranças políticas progressistas. “Nosso papel não é ser protagonista. O que temos feito é oferecer subsídios para que todos os nossos candidatos e candidatas tenham em mãos um programa de governo que dialogue com todas as esferas da sociedade”.
Demandas históricas
Para o cientista político e membro da coordenação do Movimento Seres e Saberes da Amazônia, João Batista, o Napp terá à disposição um vasto material de pesquisa, parte dele já apresentado como programa de governo durante eleições anteriores, mas que ainda não saíram do papel.
“Nós estamos trabalhando juntos há pelo menos 40 anos. De lá para cá temos contribuído para programas de governo que incluam a Amazônia. O movimento é a consolidação de todas as ideias apresentadas por ativistas e militantes de todas as áreas”, explicou.
Ciente do trabalho feito pelo Seres e Saberes, o senador Beto Faro (PT-PA) vê com otimismo a junção de forças com a FPA para que cada vez mais pessoas tenham a possibilidade de conhecer as propostas do partido. “Nós temos que ampliar os canais de diálogo com a população. Para isso, precisamos organizar a nossa militância e alinhar o nosso discurso”.
A ex-governadora do Pará Ana Júlia Carepa complementou: “Precisamos repensar o desenvolvimento da Amazônia também pensando no que já deu certo. Temos projetos bastante interessantes que ainda não são conhecidos em outras regiões do país. A cooperativa de cacau aqui do Pará é um exemplo. O trabalho feito por ela precisa ser mais divulgado e pode servir de inspiração para iniciativas semelhantes.
Para a ex-senadora Fátima Cleide, é preciso “construir propostas e políticas que seja possível realizar, olhar para o que já foi feito, reunir quem entende de cada tema e criar um programa que sensibilize a população”.
Também participaram do debate o professor e membro da diretoria dos Napps, Eduardo Tadeu, a secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Carolyne, a deputada estadual Lívia Noronha (PT-PA), a economista Esther Albuquerque, o reitor da Universidade Estadual do Pará, Clay Chagas, além de representantes de movimentos populares e militantes.