Presidente Lula convoca o país a acabar com a fome: “Hoje é o dia de olharmos para os nossos filhos e dizer: até 31 de dezembro de 2026, nós vamos acabar com a fome neste país“.

A nova versão do aplicativo Bolsa Família já está disponível para download, o aplicativo foi atualizado pela Caixa e traz consulta de parcelas, situação do benefício e opção de desligamento voluntário.

O Brasil voltou a ter esperança de dias melhores e há expectativa que até o final de 2026 o país possa ter saído do Mapa da Fome. “Graças a Deus, o Brasil tem um programa como o Bolsa Família, que não foi criado por mim, foi criado por nós”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas comemorações dos 20 anos de criação do programa, na sexta, 20. “Não é um programa do governo, é um programa das pessoas que pensam com coração, amor, fraternidade e solidariedade. Viva o Bolsa Família”

Lula fez o discurso na cerimônia de comemoração dos 20 anos do programa de transferência de renda e combate à pobreza, na sede do Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social. “Hoje é o dia de olharmos para os nossos filhos, para cada criança deste país, e dizer: até 31 de dezembro de 2026, nós vamos acabar com a fome neste país”, disse.

O presidente aproveitou a ocasião também para prestar solidariedade a todas as crianças que vítimas das guerras que ocorrem hoje no mundo e pediu por paz. Ele defendeu o retorno das políticas sociais que vem implementando em seu terceiro mandato, citando que já são 42 os projetos sociais resgatados.

“Muito dinheiro na mão de poucos significa concentração de riqueza, empobrecimento, desnutrição, mortalidade infantil, significa fome. Agora, pouco dinheiro na mão de muitos, como é o Bolsa Família, significa o contrário”, destacou. “Significa a possibilidade de as pessoas comerem três vezes ao dia, tomarem suas vacinas, continuarem na escola e vivam o máximo que Deus permitir e não morram com um mês, dois meses, de desnutrição”.

Antes de Lula, integrantes do governo e pessoas ligadas à execução do Bolsa Família foram homenageados e fizeram uso da palavra. O discurso mais emocionante, no entanto, coube à psicóloga Raquel Lima Clemente, ex-beneficiária do Bolsa Família. Ela contou que, em determinado momento de sua vida, quando estava casada e com três filhos pequenos, viu a família atingida pelo desemprego. Seu maior medo era o de repetir o que seus pais fizeram quando ela tinha 10 anos e a colocaram para trabalhar e ajudar nas despesas de casa.

“Nessa hora, fui no Centro de Referência de Assistência Social  fazer o Cadastro Único e ganhei o Bolsa Família. E, assim, meus filhos puderam estudar e puderam ser crianças. Eles não precisaram trabalhar porque eu tinha o Bolsa Família me dando esse suporte”, contou. Emocionada, relatou: “Plantei uma semente quando fiz isso, porque hoje tenho dois filhos formados em engenharia mecânica. Um dia precisei do Bolsa Família, hoje não preciso mais. A gente não precisa ter vergonha do que a gente está passando nem de onde a gente veio. Eu não tenho”.

O ministro Wellington Dias fez questão de agradecer a todos os envolvidas no sucesso do Bolsa Família, ressaltando que o programa só tem força por ser uma ação integrada dos níveis federal, estadual e municipal.

“Aqui era um país da fome. E o Brasil se encontrou com a democracia e teve o privilégio de ter a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva”, disse. “Em 2003, começou uma nova fase, a de pensar o Brasil por inteiro. E não era possível um Brasil inteiro com uma distância tão grande entre os mais ricos e os mais pobres. E foi assim que surgiu esse programa, de transferência de renda, mas seguido da complementação da alimentação”.

O Bolsa Família foi recriado por Lula após ser extinto de forma irresponsável e eleitoreira por Jair Bolsonaro. Em sua nova versão, o programa voltou com uma série de inovações, como o mínimo de R$ 600 para cada família beneficiária e valores extras de R$ 150 para crianças com menos de 7 anos e de R$ 50 para gestantes e pessoas de 7 a 18 anos.

Na última semana, o ministro anunciou outra novidade: crianças de até 6 meses dão agora o direito a outros R$ 50 mensais às famílias beneficiadas. Batizado de Benefício Variável Nutriz (BVN), o valor já começou a ser pago em outubro. O governo também retomou a parceria com as prefeituras e voltou a atualizar o Cadastro Único, permitindo acompanhamento constante das famílias. Também voltaram as orientações para que os pais mantenham os filhos nas escolas e vacinados.

Bolsa família em números
21.457.553 famílias atendidas
R$ 14,672 bilhões investidos
Valor médio do benefício no país: R$ 688,97R$
1,36 bilhão em Benefício Primeira Infância a 9.581.114 crianças de 0 a 6 anos das famílias beneficiadas
R$ 30 milhões em benefício para as famílias de 632.539 gestantes
R$ 14 milhões em benefício variável para as famílias de 287.150 mães que amamentam
R$ 590 milhões para 12.724.102 crianças e adolescentes de 7 anos a 16 anos incompletos
R$ 133 milhões em Benefício Variável Familiar Adolescente para 2.899.370 adolescentes de 16 anos a 18 anos incompletos
Em outubro, do total de pessoas que receberam o benefício, 32.601.625 milhões são do sexo feminino (58,0%)17.798.889 das responsáveis familiares são mulheres (82,9%)
41.050.444 das pessoas beneficiárias são de cor preta/parda (73,0%)241.697 famílias habilitadas após a concessão para o mês de outubro de 2023
De março a outubro, 2,39 milhões famílias foram incluídas

Outro resgate foi o da busca ativa, por meio da qual as prefeituras vão a campo para identificar famílias em situação de vulnerabilidade e que, por isso, acabam não acessando o benefício a que têm direito. A estratégia fez com que 1,3 milhão de famílias fossem incluídas no programa este ano.

Juntas, essas medidas fizeram com que, nos últimos seis meses, 3 milhões de famílias brasileiras saíssem da pobreza. Assim, 92% das 21,47 milhões de famílias contempladas pelo programa estão fora da linha da pobreza. Trata-se do maior índice nestes 20 anos de história. Em janeiro, quando Lula assumiu a Presidência, a taxa estava em 79%. 

Ao longo de duas décadas, o Bolsa Família se tornou objeto de dezenas de milhares de estudos realizados por diferentes institutos de pesquisa mundo afora, sendo reconhecido como um dos mais bem-sucedidos programas de combate à miséria do mundo. Estudo divulgado pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) mostrou que 64% das crianças e adolescentes de 7 a 16 anos que eram beneficiários do Bolsa Família em 2005 se tornaram adultos que, em 2019, não precisavam mais da ajuda.

Outra pesquisa, feita por Dandara Ramos e Nívea Bispo, revelou que o Bolsa Família reduziu em 16% a mortalidade de crianças de 1 a 4 anos, entre 2006 a 2015. E, em 2018, quando o Bolsa Família completou 15 anos, o Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) publicou um livro com vários desses resultados, constatando que o programa reduziu a pobreza em 15% e a extrema pobreza em 25%, além de responder por 10% de redução da desigualdade observada no Brasil entre 2001 e 2015. •

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