Depois do atraso, país toma o rumo do crescimento. Efeito Lula: FMI vê alta de 3,1% do PIB do país em 2023. Enquanto isso, IPCA está em 0,26% em setembro, abaixo do esperado

Efeito Lula: alta do PIB acima da média

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023 deve ser “mais forte que o esperado”: de 3,1%. É o que aponta o relatório “Perspectivas da Economia Mundial”, divulgado na terça-feira, 10, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), após revisão do índice previsto em julho, de 2,1%. Outra boa notícia é que a inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,26% em setembro, após alta de 0,23% em agosto. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outra boa expectativa para a economia brasileira é a possibilidade de o Brasil registrar e 2023 o maior superávit comercial da história. É o que estima a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade projeta que o país deve chegar ao final de ano exportações superiores a US$ 331 bilhões, e importações de US$ 257,3 bilhões. O saldo positivo estimado será de US$ 73,7 bilhões.

Segundo a CNI, o comércio exterior brasileiro vem apresentando uma dinâmica favorável, que contribuirá positivamente para o crescimento do PIB em 2023. No acumulado até setembro, as exportações permanecem estáveis, com queda de 0,1% em relação ao mesmo período de 2022. Mas, ainda assim, atingiram US$ 253 bilhões, o segundo maior valor exportado para os primeiros nove meses do ano, considerando a série histórica, que tem início em 1997.

Isso tudo explica porque a economia em 2023 está com um horizonte positivo. Isso é resultado do trabalho do governo do presidente Lula. Sobre a previsão de alta do PIB estimada pelo FMI, caso a projeção se confirme, a expansão neste ano será maior que a de 2,9% de 2022. O documento destaca ainda que o crescimento do PIB brasileiro apresenta ritmo superior ao de 3% esperado para a economia global neste ano.

O relatório do FMI foi apresentado pelo economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em Marrakesh, no Marrocos. A avaliação é que a estimativa confirma o acerto das políticas do governo Lula para fortalecer a produção no campo, reindustrializar o país e gerar emprego e renda. Tudo para fazer a roda da economia girar.

“A revisão em alta para 2023 desde julho reflete um crescimento mais forte do que o esperado no Brasil, impulsionado pela agricultura dinâmica e serviços resilientes no primeiro semestre de 2023”, aponta. De acordo com o FMI, o consumo também se manteve forte, apoiado por medidas de estímulo fiscal. O órgão revisou para cima a projeção do PIB brasileiro para 2024, e prevê uma expansão de 1,5% – em julho, o índice previsto foi de 1,2%.

Também o Banco Mundial e a Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que a economia brasileira iria crescer acima das expectativas. Na semana passada, o banco dobrou a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2023, de 1,2%, em junho, para 2,6%, em outubro. Já a ONU estima um aumento de 3,3% neste ano, acima da taxa global, de 2,4%.

A inflação se espalhou menos pelos itens que compõem o IPCA em setembro. O chamado Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e atividades que tiveram aumento de preços, caiu para 42,7% no nono mês de 2023, de 53,1% em agosto, menor percentual desde julho de 2017 (41,8%), segundo cálculos do Valor Data considerando todos os itens da cesta.

Excluindo alimentos, grupo considerado um dos mais voláteis, o indicador também mostrou uma menor abrangência das altas de preços, de 61,2% para 44%, menor desde maio de 2020 (36,8%) por esses parâmetros. •

US$ 1 bi ao Brasil

Efeito Lula: alta do PIB acima da média
AJUDA FINANCEIRA Haddad e Dilma formalizaram o financiamento em
Marraquexe, onde participaram de reunião do FMI e Banco Mundialk

Dilma e Haddad assinam contrato durante reunião do Banco Mundial, em Marraquexe. Outros US$ 84 milhões vão para o projeto “Aracaju, Cidade do Futuro”

O governo brasileiro assinou na quinta-feira, 12, em Marraquexe, no Marrocos, um contrato de empréstimo de US$ 1 bilhão com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o chamado Banco do Brics. A cerimônia de assinatura contou com a presença da presidenta do NDB, Dilma Rousseff, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e foi realizada em Marraquexe, no Marrocos. A operação atende a um pedido do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A solenidade ocorreu no país africano porque Dilma e Haddad participam de um encontro promovido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial no Marrocos, junto com outros ministros das Finanças e chefes dos bancos multilaterais de desenvolvimento. 

O financiamento foi aprovado em julho de 2020 pela diretoria do NDB. Era considerada uma ferramenta para o governo brasileiro assegurar resposta no combate à pandemia da COVID-19 e permitir investimentos para a retomada econômica. Apesar disso, desde aquele período, os recursos não haviam sido resgatados. O Brasil é o país-sócio do NDB que menos acessou recursos. 

Durante a pandemia, o NDB aprovou empréstimos aos outros quatro integrantes: Rússia, Índia, China, África do Sul. Só o Brasil não havia feito ainda uso do dinheiro destinado à emergência da pandemia até o início de 2023. Os recursos permaneceram no banco sem que o governo Bolsonaro formalizasse a operação de crédito. Lula optou por tomar os recursos, cujo prazo de pagamento de 30 anos, com juros de 1,64% ao ano. 

Dilma e Haddad ainda assinaram outro empréstimo, de US$ 84 milhões para financiar o projeto ‘Aracaju, cidade do Futuro’l, que moderniza a infraestrutura e busca melhorar as condições de vida da população, aumentando a cobertura de saneamento, pavimentação de ruas, eliminando áreas com risco de inundação. •