Brasil criou 220,8 mil postos de trabalho com carteira assinada em agosto, e estoque de 43,8 milhões é histórico. Ainda há um aquecimento da massa salarial, segundo o Ministério do Trabalho

Passados oito meses desde a retomada da reconstrução nacional, o país está lentamente progredindo e se afastando dos anos de crise social e econômica graves, após os efeitos devastadores dos governos anti-populares encabeçados por Michel Temer e Jair Bolsonaro. Além da retomada da economia, o país assiste à mudança no mercado de trabalho. Os dados são oficiais. 

O Brasil registrou saldo positivo de 220.844 empregos com carteira assinada no mês de agosto. No acumulado desde janeiro, a marca é de 1,38 milhão de novos empregos. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na segunda-feira, 2, pelo Ministério do Trabalho e Emprego. 

O resultado surpreendeu mais uma vez as instituições financeiras e consultorias, que desde o começo do ano falam que o mercado de trabalho desaceleraria no segundo semestre. Nem os economistas  mais pessimistas escondem os dados. Ainda assim, há quem lamente que, embora os números continuem positivos, houve uma perda de ritmo. 

De acordo com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o estoque de empregos formais no país chegou a 43,8 milhões de postos em agosto – 0,51% a mais que no mês anterior. É novamente o maior valor já registrado na série histórica levando em conta tanto o período do Caged (junho de 2002 a 2019) quanto do Novo Caged (a partir de 2020). 

O senador Humberto Costa (PT-PE) comemorou os números. “É uma boa notícia. O Caged de agosto, traz ótimos números do emprego no Brasil. São 43,8 milhões de empregos formais no país, maior número de toda a série histórica”, celebrou. “É o efeito Lula. Faz o L!”. No ano, dos 1,3 milhão de novos empregos, o setor de serviços criou 777.130, seguido por construção (222.925), indústria geral (187.573) e agropecuária (105.422). Já comércio teve abertura de 101.032 vagas.

O saldo do mês de agosto superou a expectativa de criação líquida de 178 mil empregos. Isso é reflexo de 2.099.211 admissões contra 1.878.367 desligamentos. No ano, as admissões alcançaram 15.937.956 postos, e o número de trabalhadores desligados é de 14.549.894.

Os salários de admissão e desligamento chegaram a R$ 2.037,90 e R$ 2.121,90 em agosto, respectivamente, sendo maior para o grupo masculino, que chegou a R$ 2.116,47, contra R$ 1.924,51 alcançado pelo grupo feminino.

O ministro Luiz Marinho avalia que os dados mostram o início do processo de aquecimento da massa salarial, que está ligado ao aumento do salário mínimo e aos acordos coletivos de trabalho, que na grande maioria têm sido além da inflação. “Isso acaba também provocando um crescimento na massa salarial”, diz. O fortalecimento da massa salarial, por sua vez, tem reflexos positivos no consumo das famílias e, consequentemente, na economia como um todo.

Entre os estados, o destaque é para São Paulo, que teve o melhor desempenho, gerando 65.462 postos no mês, seguido do Rio de Janeiro (18.992) e Pernambuco (15.566). Os menores saldos foram verificados no Espírito Santo (315), no Acre (448) e em Roraima (689). •

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