Terminou neste domingo o Curso de Formação e Capacitação de Dirigentes do PT – Diretórios Zonais de São Paulo, iniciativa da Secretaria Nacional de Formação, Fundação Perseu Abramo (FPA), Escola Nacional de Formação (ENF) e do Diretório Municipal (DM), do qual participaram em torno de 200 militantes dos 37 diretórios do município. Realizado presencialmente no Instituto Cajamar (Jordanésia), de 6 a 8 de outubro, o curso é parte do Sistema de Formação e Capacitação de Dirigentes do PT, que teve sua primeira etapa na modalidade semipresencial em São Paulo.

Segundo Eliane Martins, da equipe pedagógica da ENF, o curso foi pensado para formar dirigentes por meio da pedagogia freireana com o objetivo de por em prática quatro resoluções sobre finanças, organização partidária, tática eleitoral e formação, aprovadas no 5º Congresso dos Zonais Dr. Carlos Neder, que discutiu conjuntura política, tática eleitoral para 2024 e organização partidária.

Ela destaca que entre os desafios prioritários do partido está atualizar o trabalho de base e melhorar a comunicação, sobretudo com trabalhadores informais, evangélicos e a juventude. “Para dar consequência às resoluções aprovadas é necessário um esforço de gestão política e técnica dos dirigentes zonais, que exige formação em conteúdos específicos e também em metodologias de trabalho em equipe e ferramentas que facilitem o esforço colaborativo”, explica.

Para o presidente do DM-SP, Laércio Ribeiro, há muito tempo o PT precisava de um curso de formação como esse. “É evidente que outros momentos formativos foram muito importantes, mas o processo que realizamos nesse final de semana foi sobretudo prático, sobre como os dirigentes podem atuar em seus locais, melhorar sua intervenção e assumir responsabilidades na organização partidária”, afirma. Disse ainda que a participação foi intensa e que certamente a experiência vai servir para que a ENF e a FPA apliquem essa formação em outras capitais, já que em São Paulo temos características distintas de cidades de menor porte. “Foi um marco sobre a metodologia de trabalho a ser constituída no partido nos próximos anos”, complementa.

O membro do DZ Vila Prudente, Nelson Antônio Pereira, petista desde 1982, conta que chegou a participar das primeiras reuniões de discussão do partido. “O curso para mim foi espetacular. Já participei de outros, mas nesse particularmente aprendi muito sobre a questão financeira. Como sei muito pouco sobre finanças, acredito que o que aprendi aqui vai me ajudar pelo resto da vida”, avalia.

A coordenadora do setorial municipal de Transportes do PT Lucélia Moura, que faz parte do DZ Freguesia-Brasilândia, disse que estar reunida com outras pessoas para aprender é sempre muito bom. “Acho que foi um pontapé para um processo de formação que boa parte da militância já vinha cobrando ao longo do tempo e veio trazer ferramentas de organização que são utilizáveis na prática. Não podemos deixar esse aprendizado se perder ao sairmos daqui, temos de minimamente ver como utilizar essa ferramenta de discussão e esse processo de elaboração em nossos diretórios com as características variáveis dentro de cada território, para qualificar a elaboração de políticas e medidas”, diz.

A secretária de Organização do DZ Lapa Patrícia Tavares destaca que a escolha do espaço do Instituto Cajamar faz o resgate da memória do partido. “Temos uma história que inspira muito orgulho, e quem vai chegando depois precisa ter a percepção e o reconhecimento dessa trajetória”, pontua. Diz ainda que a montagem do curso foi um grande desafio para os envolvidos, tanto na estrutura quanto na metodologia, e que seguramente o processo será muito útil do ponto de vista da amarração dos conteúdos que foram propostos pelos próprios dirigentes no Congresso. “Acredito que vamos voltar às práticas cotidianas com um arcabouço consolidado sobre elas. E também é muito importante poder encontrar outros companheiros de diretórios, algo que não conseguimos fazer com frequência. Só esse contato já é excelente”.

Ela deixa uma proposta e reflexão para um próximo curso: “Nós somos a base da militância e também atuamos com a população que é destituída de direitos e de vida digna. A gente tem um trabalho que se faz com muita dificuldade e que poderia ser um pouco mais observado. Foi muito legal participar do eixo de organização partidária, pois fomos percebendo que em muitas das questões provocadas nós já temos prática”, conclui.

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